Na última semana, a Amazon, empresa gigante no varejo, lançou seu primeiro smartphone. O Fire Phone promete competir diretamente com a Apple e a Samsung, com espaço de memória interna maior do que as marcas consagradas, adicionando 5GB de armazenamento em nuvem. O dispositivo também possui preço competitivo, de 650 dólares e um próprio sistema operacional, chamado de Fire OS 3.5.0.
Porém, o diferencial do novo smartphone da empresa varejista que interessa o mercado de mHealth são seus quatro sensores, um em cada canto frontal do dispositivo, que podem controlar os movimentos do usuário e gerar imagens em 3D. Segundo a empresa, os sensores funcionam como câmeras, que podem perceber comprimento, largura e profundidade de um objeto em frente dele.
Os sensores do Fire Phone são uma excelente notícia para os criadores e os usuários de dispositivos de mHealth, pois um leque de possibilidades se abre com a nova tecnologia. Uma plataforma para desenvolvedores, a SDK, foi anunciada no mesmo dia, permitindo que eles façam uso dos recursos inéditos do smartphone com compatibilidade para o Fire OS 3.5.0.
Os novos recursos apresentados pela Amazon podem prover uma melhora da telemedicina, com médicos lendo dados que podem ser recolhidos pelos sensores de movimento, enquanto fazem uma consulta via videoconferência com o paciente.
Um novo dispositivo de mHealth de tratamento remoto que pode ser feito através dos sensores de movimento é o de fisioterapia. ''Cirurgiões ortopédicos amam ter a última e melhor tecnologia; eu estou apostando que esse produto será muito útil para médicos tentando descobrir a extensão dos problemas de movimento'', disse a Dra. Molly Maloof, especialista em mHealth. ''Fisioterapeutas também podem achar isso uma ferramenta valiosa para tratamentos remotos, o que está se tornando uma indústria crescente de mHealth em si''.
O Fire Phone também pode ajudar a criar dispositivos de mHealth que examinam lesões ou doenças dos olhos e face. O smartphone ainda pode ser bem útil para o diagnostico de concussões, podendo controlar o tempo de resposta dos olhos que seguem um marcador em movimento na tela, por exemplo, além de auxiliar o controle de doenças oculares. Jim Bloeday, da Information Advantage Group, uma empresa de consultoria que auxilia startups a entrarem no mercado de mHealth falou sobre o dispositivo: ''Essa tecnologia oferece grandes promessas de adicionar sofisticação à monitoração e diagnósticos no ponto do cuidado - deficiência visual, como a ambliopia em crianças e doenças de retina e glaucoma em adultos vêm a mente''. Para Bloeday, os sensores podem ser úteis ainda para detectar deficiências motores faciais, causadas por AVCs.
Os dispositivos de mHealth de dermatologia podem ser outros a se beneficiar com os sensores, que podem auxiliar a monitoração de crescimentos irregulares na pele do paciente e controlar o aumento deles. Os neurologistas também podem fazer uso do Fire Phone para tratar doenças como Parkinson e administrar os tremores do paciente, por exemplo.
São infinitas as possibilidades criadas pelo novo smartphone da Amazon. Os desenvolvedores que tinham suas criações em mHealth limitadas pela falta de sensores e imagens em 3D agora podem se beneficiar. Se eles usarem as ferramentas e adicionarem a ajuda de profissionais médicos, os aplicativos do Fire Phone têm a capacidade de revolucionarem o mercado.
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