Durante a Copa do Mundo, faremos um relato sobre os sistemas de saúde dos países que jogarem contra o Brasil. Para a primeira rodada, teremos Croácia, México e Camarões. Traremos as peculiaridades e as grandes diferenças destes sistemas em relação ao que o Brasil possui.
A Croácia é situada no centro da Europa, com fronteira com a Eslovênia, a Hungria, a Bósnia e Herzegovina e Sérvia e Montenegro. O país tem 4,4 milhões de habitantes e, em termos absolutos, é um dos pequenos sistemas de saúde da Europa. Desde que ganhou a independência em 1992, a economia do país cresceu e as atividades turísticas aumentaram. Durante o processo de candidatura para a União Europeia, reformas estruturais foram feitas na saúde, na previdência social e entre outras áreas.
Como vários sistemas de saúde da Europa, o da Croácia é baseado nos princípios do seguro de saúde social. Prover e financiar os serviços são tarefas majoritariamente públicas, mas também há provedores e seguradoras privadas. O sistema de saúde é dominado por um seguradora de saúde, a Croatian Institute for Health Insurance (HZZO).
Desde 1999, um dos recentes sistemas de saúde da Europa têm sido afetado por reformas organizacionais grandes. A maioria das clínicas de saúde primária foram privatizadas e, das que restam públicas, a organização é feita pelo condado. Desde 1999, a atenção secundária tem vivenciado um rápido crescimento de facilidades privadas.
A nível central, o Ministro da Saúde é responsável (i) pela política de saúde, planejamento e avaliação, incluindo o desenho da legislação, regulação dos padrões de saúde e treinamento; (ii) programas de saúde pública, incluindo monitoramento e vigilância da saúde, promoção de saúde, segurança de alimentos e drogas e; (iii) regulação dos investimentos em provedores do sistema público.
Contribuições para o sistema de saúde são obrigatórias para todos os cidadãos empregados, isto é, para todos os empregadores na Croácia. Os dependentes recebem cobertura pelas contribuições pagas pelos membros da família que são empregados. Os trabalhadores autônomos são obrigados a pagar também. Idosos e a população de baixa renda são segurados por parceiros contratuais, como o Croatian Health Insurance Fund (CHIF).
Em comparação a outros sistemas de saúde da Europa Central, segundo relatório da Organização Mundial da Saúde, a porcentagem de contribuição do cidadão para a saúde é alta. Na Eslováquia, Estônia, Hungria e República Tcheca, a porcentagem gira em torno de 13 e 14% do salário, enquanto, na Croácia, a porcentagem é de 18%.
O desafio croata é fazer melhor uso dos recursos significativos alocados para o setor de saúde. Algumas reformas foram bem sucedidas, mas as transições demográfica e epidemiológica apontam para um potencial aumento de demanda da saúde. A pressão deve ser intensificada nos próximos anos e o governo deve tomar decisões prudentes de alocação de recursos e aumento de produtividade onde for possível.
Quanto às startups do país, encontramos alguns exemplos bons de serem citados:
IDerma: A empresa criou "Teddy the Guardian", urso de pelúcia com sensores médicos embutidos para medir batimentos cardíacos, temperatura corporal e saturação de oxigênio continuamente. Os dados podem ser transferidos para um tablet ou smartphone. O produto é completamente bootstraped, mas a equipe pretende receber investimento logo. Eles ganharam primeiro lugar em um evento em Budapeste, chamado H13 CEE Women Startup Competition.
Bellabeat: Bellabeat é um sistema hardware-software que permite um controle da gravidez de maneira relaxante e interativo. A Startup graduou-se no Startupbootcamp de Berlim e participou do ciclo de inverno deste ano na Y Combinator. Recentemente, a empresa recebeu $4.5 milhões em um seed round.
E-GLAS: E-GLAS criou uma campanha de crowdfunding no indiegogo, aberta até o dia 1 de julho, com o produto Serwantess, um assistente controlado por voz para ajudar pessoas com necessidades especiais a se tornarem mais independentes. Com a ajuda de um device eletrônico, o usuário pode realizar atividade em casa só por comando de voz, tais como acender a luz, abrir a porta, ligar o rádio, dentre outras.
Como é empreender na Croácia?
Para abrir uma empresa na Croácia, você tem que seguir alguns passos e vamos mostrar quanto tempo demora e quanto custa cada um desses passos (1HRK equivale am aproximadamente, 0,40 reais):
- Verificar a disponibilidade do nome da empresa: este passo dura menos de um dia e custa cerca de 10 HRK, ou seja, 4 reais.
- Fazer um memorandum e registrar o nome da empresa na Corte Comercial: este passo dura 4 dias e custa cerca de 6 mil HRK, ou seja, R$ 2.400,00;
- Solicitar um selo e um número de registro estatístico: o procedimento dura um dia e custa 150 HRK, ou seja, 60 reais.
- Abrir uma conta no banco: um dia é necessário para o procedimento e ele custa 175 HRK, ou seja, 70 reais.
- Registrar a empresa no departamento de impostos a ela referente: dura um dia e não tem custos para a empresa.
- A empresa deve se associar ao Instituto de Previdência Social e ao Instituto de Atenção à Saúde: dura um dia e não há custos de operação para a empresa.
Pessoalmente, conhecer os sistemas de saúde de outros países é um grande prazer. Espero que vocês aproveitem a série e que o Brasil chegue até a final da Copa do Mundo para conhecermos muitos outros sistemas de saúde e suas respectivas condições para empreender.