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Por quê os hospitais privados vão investir R$ 1 bilhão em 2012 ?

Os maiores hospitais privados do país vão investir neste ano cerca de R$ 1 bilhão para ampliação, reformas e aquisição de equipamentos médicos. Nesse montante, estão os recursos de aproximadamente 60 importantes hospitais como, por exemplo, Rede D'Or São Luiz, Sírio-Libanês, Albert Einstein, Beneficência Portuguesa, além dos hospitais próprios da operadora de plano de saúde Amil.

Entre os 45 sócios da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), 35 vão investir juntos R$ 600 milhões até dezembro. "É o dobro do investimento realizado no ano passado. Precisamos dessas ampliações porque hoje a taxa média de ocupação dos nossos hospitais já é de 77%", disse Francisco Balestrin, presidente recém-empossado da Anahp. "Acima de 80% começam a ocorrer problemas de atendimento e riscos de infecção hospitalar porque há menos tempo para limpar os leitos".

Os hospitais associados à entidade encerraram o ano com faturamento de R$ 9,4 bilhões, alta de 20% sobre 2010.

O boom de investimentos na área hospitalar começou há cerca de três anos e agora está em seu ápice. "O valor dos aportes neste ano está maior porque muitos empreendimentos estão na fase em que há uma maior demanda por recursos. Há ainda outros investimentos que começaram agora", afirmou Daniel Coudry, diretor executivo da Anahp.

Um exemplo dessa dinâmica é o Sírio-Libanês que está investindo neste ano R$ 227 milhões somente na sua unidade principal, localizada no bairro da Bela Vista, em São Paulo. O local passa por uma ampliação a ser concluída no próximo ano. Em 2011, o Sírio investiu R$ 106 milhões em três unidades.

 

A Rede D'Or, cujo sócio é o BTG Pactual, também tem um caixa gordo para atender à crescente demanda. "Nosso capex para melhorias e em tecnologia é de R$ 280 milhões. Agora, por exemplo, estamos reformando nossas unidades nos bairros do Morumbi e Itaim e na cidade de São Bernardo", disse Ruy Bevilacqua, diretor médico corporativo da Rede D'Or, grupo que possui 24 hospitais no Rio, São Paulo, Brasília e Recife. O faturamento previsto da Rede D'Or neste ano é de R$ 3,5 bilhões.

Entre os grandes grupos também merece destaque a operadora de saúde Amil, dona de 22 hospitais distribuídos em várias regiões do país. A Amil, do empresário Edson Bueno, decidiu investir cerca de R$ 250 milhões para expansão e tem em andamento dois grandes projetos, o Hospital das Américas, no Rio, e o TotalCor, em São Paulo.

A expansão não acontece apenas no eixo Rio-São Paulo. O hospital mineiro Mater Dei vai dobrar o tamanho de suas instalações com a construção de uma nova torre na capital mineira. "Em Belo Horizonte, há um déficit de 1,5 mil leitos. Estamos construindo um novo hospital com 320 leitos para ajudar suprir essa carência", explicou Henrique Salvador, presidente do Mater Dei.

O déficit de leitos não acontece apenas na capital mineira, mas em todo país. Essa carência ocorre por uma combinação de dois fatores: aumento de 4,3% no número de pessoas com convênio médico - que atingiu 47,6 milhões de usuários no ano passado - e redução de 18% no volume de leitos entre 1999 e 2009, segundo o IBGE.

Fonte: Beth Koike, Valor Econômico, 21/05/2012

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