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Por quê a saúde e a educação demoram mais para sentir a desaleração econômica? (Valor Econômico)

Foto: "Não sentimos queda no volume de atendimento", disse Irlau Machado, CEO do hospital AC Camargo, em São Paulo

Ao contrário do varejo que sente rapidamente as desacelerações econômicas, os setores privados de saúde e educação têm uma dinâmica diferente e até o momento não sentiram os impactos da desaceleração econômica. O reflexo nessas duas áreas demora um pouco mais para ocorrer e está relacionado, principalmente, ao aumento do desemprego.

Nos hospitais e laboratórios, a receita aumenta em momentos de crise econômica. Isso porque, muitas pessoas com receio de perder o emprego e respectivamente o plano de saúde, agendam exames e consultas antes da demissão. Entre novembro de 2008 e dezembro de 2009, período de crise, houve um crescimento de 9,3% no número de exames e de 8,6% no volume de consultas médicas, segundo pesquisa realizada pela americana Aon Consulting.

"O setor de saúde varia com menos agilidade do que os outros. Não sentimos queda no volume de atendimento. Na verdade, se houver crise a tendência é que haja aumento no movimento do hospital porque as pessoas usam mais o plano de saúde e há aqueles que ficam abalados emocionalmente com as perdas financeiras e desemprego e acabam vindo para o hospital", disse Irlau Machado, CEO do AC Camargo, hospital especializado em câncer, localizado em São Paulo. No terceiro trimestre, o número de procedimentos ambulatoriais foi de 35 mil, número próximo aos 33 mil registrados no trimestre anterior.

Já para os convênios médicos, o uso demasiado dos planos de saúde é ruim porque aumenta a despesa da operadora. No terceiro trimestre, porém, não houve reflexos da estagnação do PIB para a Amil, maior operadora de planos de saúde do país com 5,6 milhões de clientes. O lucro líquido do terceiro trimestre somou R$ 66 milhões, uma alta de 30% sobre o segundo trimestre.

No segmento de educação, a desaceleração acontece quando há desemprego e os alunos perdem renda para pagar as mensalidades. Em 2008, a taxa de inadimplência nas faculdades privadas paulistas atingiu 24,5% - maior taxa desde 1999, segundo o Semesp.

Diante do atual cenário, a paulista Anhanguera, a carioca Estácio e a mineira Kroton, que juntas têm cerca de 750 mil alunos, registraram crescimento no número de matrículas no terceiro trimestre.

Fonte: Beth Koike, Valor Econômico, 09/12/11

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