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Por quê os hospitais de São Paulo estão investindo R$2,7 bi em expansão ?

Onze instituições privadas terão mais 1.170 leitos nos próximos quatro anos

Aumento do número de pessoas com plano de saúde tem levado a altas taxas de ocupação e espera nos hospitais

Onze dos principais hospitais privados da capital paulista terão investimentos de R$ 2,7 bilhões ao longo dos próximos cinco anos.

Contando a partir da abertura do novo prédio do Hospital e Maternidade Santa Joana, no Paraíso, no início deste mês, serão cerca de 1.230 novos leitos até 2015 e mais 245 mil m2 construídos.

O investimento é acompanhado por mais descentralização de serviços, com novas unidades separadas para exames e atendimento ambulatorial especializado.

O maior investimento é do Hospital Israelita Albert Einstein, que sozinho responde por R$ 920 milhões. A maior parte desse valor deve ser aplicada na expansão da principal unidade do hospital, a do Morumbi, a ser concluída em 2014. Já em 2012, será aberta uma nova unidade em Alphaville.

O Hospital Sírio-Libanês é o segundo que mais vai gastar, ao dobrar suas instalações na Bela Vista, região central de São Paulo, até meados de 2013.

Outras instituições, incluindo hospitais que atendem pacientes com planos de saúde intermediários, também estão em obras.

De acordo com Luiz Henrique de Almeida Mota, presidente da Associação Nacional de Hospitais Privados, o aumento do número de beneficiários dos planos, especialmente na classe média, tem pressionado os hospitais.

"Em São Paulo, quase 50% da população tem plano de saúde. Na década passada, não chegava a 30%. Isso trouxe uma nova realidade para hospitais privados", diz ele.

Segundo dados da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), o número de beneficiários de planos na cidade de São Paulo subiu de 5,7 milhões em 2000 para 6,7 milhões em 2010.

Essa nova realidade inclui pronto-socorro lotado e taxas de ocupação acima dos 80%.

Jorge Bacha, superintendente de operações do HCor (Hospital do Coração), diz que as altas taxas de ocupação dificultam a gestão do hospital. O estacionamento, com 70 vagas, vive cheio. A solução foi erguer um prédio em frente ao principal, com mais 45 leitos e 142 vagas de estacionamento, que deve ficar pronto em 2012.

CÂNCER

O atendimento a pacientes com câncer é prioridade para os hospitais. O HCor deve abrir em 2014 uma unidade só para oncologia, com centro de reabilitação, consultórios e exames.

O Hospital Santa Paula, na zona Sul, com clientela majoritariamente nas classes B e C, vai abrir, no fim de 2012, um centro de oncologia em frente ao seu prédio atual.

George Schahin, presidente do hospital, afirma que o envelhecimento da população, além do maior acesso a planos de saúde, tem aumentado a demanda. "Reformamos o hospital inteirinho nos últimos três anos. A população está exigente. Quem presta serviços deve melhorar."

Fonte: Débora Mesmetti, Folha de São Paulo, 27/11/11

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