Parece brincadeira, mas TODAS as últimas empresas de saúde que anunciaram a sua profissionalização como o Laboratório Salomão&Zoppi e INTERMÉDICA voltaram atrás em seus planos e seus sócios voltaram para o dia-a-dia da empresa. O que será isto? A Síndrome do Poder Perdido, a escolha da pessoa errada para assumir este processo de profissionalização ou a subestimação das transformações necessárias para um processo de profissionalização de sucesso.
Certamente, não é fácil para ninguém, mas talvez a profissionalização na saúde seja mais difícil, pois os profissionais desta área tendem a ser mais centralizadores e não gostarem de compartilhar o poder, ainda mais se são donos do negócio. Certamente, Edson Bueno para se tornar um dos bilionários da saúde abriu mão de seu poder e de antigos hábitos, para que investidores tivessem confiança para investir na empresa dele. Esperamos que outros empresários do setor, busquem a mesma maturidade durante este processo.
Atenciosamente,
Fernando Cembranelli
Equipe EmpreenderSaúde
Intermédica cancela oferta de ações e sócio da Galeazzi deixa presidência
Por Beth Koike | De São Paulo
A Intermédica, uma das maiores operadoras de planos de saúde do país com faturamento anual de cerca de R$ 2 bilhões, mudou novamente a sua estratégia de negócio.
Há quatro meses, a empresa havia anunciado a intenção de abrir o capital em 2013 e a contratação de Glauco Abdala, um dos sócios-fundadores da consultoria Galeazzi, para o cargo de CEO. Porém, cerca de 60 dias depois, o IPO foi cancelado e Abdala se desligou da Intermédica.
"Desistimos de fazer o IPO por causa da crise. Não está no nosso horizonte esse projeto. O Glauco havia sido contratado para fazer o IPO e como desistimos não fazia mais sentido ficar com ele", justificou Paulo Barbanti, fundador da Intermédica. Segundo o Valor apurou, Abdala desistiu de trabalhar na operadora por conta do perfil centralizador de Barbanti que não deu liberdade para o executivo colocar em andamento as ações previstas de reestruturação da empresa. Procurado, Abdala não foi encontrado pela reportagem.
Barbanti informou ainda que está procurando outro executivo para o cargo de CEO e que permanece como presidente do conselho de administração. "A profissionalização na empresa continua", disse.
Não é a primeira vez que o fundador da Intermédica tenta promover mudanças na companhia. Em 2008, ele convidou Aloísio Wolff, ex-presidente da empresa de tecnologia Orbitall, para o mesmo cargo de CEO. Mas Wolff nunca chegou a assumir o posto, sendo nomeado, posteriormente, presidente da seguradora NotreDame, que pertence ao grupo Intermédica. No próximo ano, Wolff deve se mudar para Madri, na Espanha. Com isso, vai deixar o dia a dia da empresa e passará a ser um dos conselheiros. "Desde o começo, o Aloísio foi chamado para ser o presidente da seguradora", disse Barbanti.
Nessa mesma época, em 2008, Barbanti informou que tinha planos de vender uma participação minoritária de sua empresa fundada em 1968. Uma avalanche de interessados, entre empresas de saúde concorrentes e fundos de private equity, apareceu, mas esse projeto também foi abolido. A Intermédica gera grande interesse no mercado porque atua na emergente classe popular e não tem dívidas.
Fonte: Beth Koike, Valor Econômico, 08/09/11