“A função da empresa é dar lucros aos seus acionistas, dar satisfação ao(s) seu(s) empreendedor(es) e criar valor para a sociedade”. E para haver uma empresa é condição sinequanon haver um empreendedor. E quando falamos do assunto, é importante ter em 2 mente dois entes distintos que se ajudam e se conflitam: o empreendedor e o gestor.
Apesar de todo empreendedor precisar ser um gestor e um gestor se beneficiar muitos de habilidades empreendedoras, eles são caracterizados por perfis distintos. O gestor é quem cuida do dia-a-dia, sem o qual as engrenagens não funcionam. O empreendedor é quem sonhou com as engrenagens e após levá-las ao mundo, busca torná-las obsoletas com algo novo.
O gestor é mais preocupado com os meios e mais detalhista sobre eles. O empreendedor tem o alvo na cabeça, e os meios para ele são de menor importância pois sabe que se não chegar onde quer de um jeito, chegará de outro.
Uma das características mais importantes do empreendedor é o que a psicologia chama de “alto lócus interno”, que significa, em bom português, “trazer a culpa das coisas para si”. Esse é um ótimo jeito de reconhecer um verdadeiro empreendedor, você nunca vai ouvi-lo falar “eu fali porque o mercado estava em crise” ou “eu não vendo mais porque meus concorrentes são muito fortes e estão há muito mais tempo que eu no mercado”. O empreendedor tem que sim ser realista e saber se o mercado está crescendo ou encolhendo, mas ele nunca dirá isso, o pensamento do empreendedor é sempre “Que oportunidades EU posso aproveitar se o mercado está diminuindo?” ou “O que EU tenho que fazer para vencer os meus concorrentes apesar de serem mais fortes e estarem há mais tempo no mercado?”.
E nessas coisas, por mais que o empreendedor sejam um bom formador de time (o teambuilder) ele é em geral solitário. Ir contra a corrente é, por definição, solitário. Tem uma frase que gosto muito, e que já vi e vivi a sua concretização algumas vezes, diz: “Quando tentamos provocar mudanças em nossas sociedades, primeiro somos tratados com indiferença, depois com ridículo, depois com insulto e depois com opressão. Então, finalmente, o maior desafio é lançado a nós: somos tratados com respeito. Este é o estágio mais perigoso”(A.T. Ariyaratne). O EmpreenderSaúde foi criado para ser apoiar o empreendedor nessa jornada solitária unindo-o a outros como ele.
Existem outras características do empreendedor que merecem outros artigos, mas pelo menos começamos a traçar esse perfil. O resto, a competência técnica, por exemplo, é muito relativo. Muito se discute se os empreendedores devem cursar um MBA. A maioria dos MBAs diz que não. Eu tenho minhas dúvidas. Mas se o que você quer é um pastel de palmito e o pasteleiro te diz que se o que você quer é um pastel de palmito você deveria ir a outro lugar, então eu tenho suspeitas de você deveria realmente ir a outro lugar. Os principais MBAs dos EUA estão em Boston, no entanto, a terra das startups é justamente o Vale do Silício, bem longe de lá, na produtiva Califórnia. Há um artigo da Harvard Business Review chamado Management is not a Profession (Administração não é uma profissão), em que o autor defende que, diferente de profissões como Medicina, Direito e Engenharia, que exigem uma quantidade mínima de conhecimento para serem bem exercidas, a Administração é muitas vezes exercida sem qualquer conhecimento teórico por parte do empreendedor.
Há dois mitos e duas verdades sobre o assunto:
Mito 1: O Empreendedor Nasce Empreendedor
Mito 2: Não é Preciso Estudar Nem Ter Experiência para Empreender
Verdade 1: Estudar: Precisar não precisa, mas ajuda muito!
Verdade 2: Tem Habilidades que Nenhuma Escola de Negócios vai te dar!
A máxima é “Conhece-te a ti mesmo”. Você precisa saber quais os seus pontos fortes, quais deficiências tem de cuidar e quais deficiências pode suprir com sócios ou consultores.
Fonte: Revista Pequenas Empresas Grandes Negócios
Vitor Asseituno
Equipe EmpreenderSaúde
