faz parte da divisão Informa Markets da Informa PLC

Este site é operado por uma empresa ou empresas de propriedade da Informa PLC e todos os direitos autorais residem com eles. A sede da Informa PLC é 5 Howick Place, Londres SW1P 1WG. Registrado na Inglaterra e no País de Gales. Número 8860726.

Os "brilhos nos olhos"de Roberto Kikawa, do CIES com a "Carreta da Saúde

Realizado nesta quinta-feira, 30 de Junho, o evento do TEDx Vila Madá “Saúde um Direito de Todos”realizou um evento com empreendedores sociais de saúde cheios de “Brilho nos Olhos”.

O evento  contou com a presença do Dr. Roberto Kikawa, médico criador do Projeto CIES mais conhecido como Carreta da Saúde, que compartilhou um pouco do sonho que deu origem a este incrível projeto.

Ainda estudante de Medicina, Roberto viu seu pai com câncer ser atendido precariamente em um hospital do SUS, o que o motivou a solicitar a um casal de médicos conhecidos que retirasse seu pai deste ambiente e o levasse para um local com melhores condições. Este casal de médicos atendeu a solicitação de Roberto e este atendimento precário motivou  o pai de Roberto a  solicitar-lhe que continuasse estudando medicina e a exercesse como sacerdócio proporcionando condições dignas de atendimento a seus pacientees.

Como médico, Roberto atuou como cirurgião geral no Hospital Heliópolis e no Hospital Sírio Libânes, porém seu desejo por proporcionar uma melhor condição de atendimento para os pacientes lhe consumia arddentemente, tendo idealizado um projeto para atender pacientes terminais, porém seus pares afirmavam que ninguém gostaria de investir em pacientes que estão morrendo. Então, durante um período de estudo na França, teve contato com a  aorganização Médico Sem Fronteiras e ficou encantado com a capacidade da organização de levar atendimento de qualidade e com equipamentos de alta tecnologia para os locais mais remotos. Esta experiência o motivou  a idealizar uma “Carreta da Saúde”, que levaria exames difícil de serem realizados em regiões remotas para próximo dessas populações.

Tendo idealizado o projeto, apresentou este conceito para o presidente da Olympus no Brasil, que se interessou pela idéia e pela possibilidade de poder estampar a marca da Olympys no caminhão. Em poucos dias voou para Nova Iorque para apresentar a idéia para o presidente mundial da firma, que aprovou a idéia e afirmou que em poucos dias equipamentos no valor de R$1 milhão estariam chegando para a carreta. Roberto ficou feliz com esta conquista e preocupado com apenas um detalhe, ainda não havia carreta. Então resolveu simplificar ao invés de duas carretas, o projeto seria realizado com apenas uma carreta que se abre ao meio. Assim, o projeto foi construído e a carreta passou a atender uma grande carência da população. Hoje, a carreta atende pacientes do SUS de quatro estados diferentes do Brasil  e Roberto Kikawa é considerado um dos mais impactantes empreendedores sociais do Brasil atual. Para mim, conhcer este médico e empreendedor social, me reforçou a importância do empreendedorismo como forma de buscar soluções estruturadas para os desafios que afligem a sociedade.

Atenciosamente,

Fernando Cembranelli

Equipe EmpreenderSaúde

“Por mais empreendedorismo na Saúde”

Saúde em movimento

Gastroenterologista cria carreta que leva atendimento médico de alta tecnologia a regiões de maior vulnerabilidade social

EDSON VALENTE

A dor de um adeus despertou em Roberto Kikawa a maior motivação de sua vida. Pouco antes de morrer vitimado por um câncer, seu pai o chamou para uma conversa.

"Quero que você me prometa que será médico", disse. "Um médico amoroso, que entenda bem o doente."

Nessa época, Kikawa, 40, estudava medicina em Londrina (PR). A carreira fora escolhida ainda na infância, no escotismo, que o ensinou a "cuidar de pessoas".

Desde pequeno, Roberto acostumou-se a provações. Em Diadema (Grande São Paulo), familiarizou-se com o meio hospitalar pela fragilidade dos pulmões.

Aos 13 anos, quando, com incentivo do pai, treinava futebol de salão, quebrou o pé e ficou imobilizado por três meses. Desenvolveu então uma de suas especialidades: transformar um problema em oportunidade.

Impossibilitado de se exercitar nas quadras, começou a jogar xadrez --treinado pelo pai. Sempre o pai. A proximidade dessa relação foi determinante em todas as realizações de Roberto, que é filho único.

Até no caratê, em que, a despeito de "detestar brigar", conquistou a faixa preta para provar ao genitor que era capaz de vencer.

Mas largou tudo para dedicar-se exclusivamente aos estudos em retribuição ao esforço da família para bancar o colégio Bandeirantes. "Foi o maior legado que meu pai me deixou", revela.

No terceiro ano do colegial, seu percalço foi uma hérnia, que o impediu de passar no vestibular da USP.

MAIOR CARINHO

Nesse tempo, o pai ficou doente; a mãe parou de trabalhar. A família vendia salgadinhos para manter a casa.

Londrina surgiu como a chance de cursar a faculdade. Uma greve no campus o permitiu acompanhar em São Paulo o tratamento do pai: foi quando tiveram aquela conversa, e a súplica paterna o "foi queimando".

A ela se somou a visita de um missionário japonês a seu pai; como último recurso diante do paciente desenganado, ele cantou para consolá-lo. "Eu o vi chorar pela primeira vez", diz. Ali notou "o maior carinho" de sua vida.

Voltou ao Paraná com o pesar do adeus e convicto de sua missão. Resolveu cursar teologia para "ser um médico missionário na África". Uma grave infecção renal pôs à prova sua fé, mas, assim que um pastor acalmou-lhe o espírito, a doença se foi.

Em São Paulo, Kikawa tornou-se cirurgião-geral. Um tremor nas mãos o afastou desse trabalho, mas não abalou sua firmeza de propósito. No Hospital Sírio-Libanês, voltou-se ao cuidado de pacientes sem perspectiva de cura e à endoscopia.

A descoberta de "Áfricas" escondidas na periferia paulistana o iluminou com a ideia do sistema móvel para exames preventivos.

Ao buscar patrocínio, falou de renúncia fiscal e responsabilidade social, mas o argumento mais convincente foi sua fé no sucesso da iniciativa.

As despedidas na vida de Roberto deram lugar aos acenos de até breve que a carreta deixa nas cidades por onde passa.

Dado o ceticismo que a saúde pública suscita, pode-se dizer que o projeto ganhador do Prêmio Empreendedor Social 2010 é uma realização digna de um médico, além de amoroso, vencedor.

Fonte: Folha Online

Projeto CIES - Centro de Integração de Educação e Saúde

O Projeto Cies leva atendimento médico-preventivo especializado, humanizado e de alta tecnologia a comunidades carentes por meio de um centro médico móvel avançado, também conhecido como carreta da saúde, um caminhão com 100 m2 de área útil quando aberto (o maior do mundo nesse formato) que atende até dez especialidades.

Com um método inovador de gestão compartilhada da saúde, envolve e mobiliza todos os atores sociais (governo, empresas, sociedade civil e comunidades), em um modelo próprio de operação autossustentável baseado na tabela SUS. Em dois anos, beneficiou mais de 24 mil pessoas, atingiu 15 cidades de três Estados e atraiu o inte-resse de outras 50 no Brasil e no exterior (Angola, Colômbia, Itália, Níger, Panamá e Venezuela).

Visite o Site do Projeto:

www.projetocies.com.br

[slideshow]

Vídeo produzido pela Folha de São Paulo sobre Roberto Kikawa e o Projeto CIES:

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=Tro_Mtmamwk]