O aumento exponencial de custos na saúde, impulsionado pelo envelhecimento da população e adoção de novas tecnologias médicas, a concentração das operadoras, demandas regulatórias e o próprio tamanho do Brasil, com diversos polos econômicos atrativos para o setor, forçaram uma mudança no mercado assistencial.
Pequenos hospitais e unidades isoladas acabaram se tornando pouco atrativas financeiramente e redes como Vita, Impar, Rede D’Or São Luiz e São Camilo se estabeleceram em busca de ganhos de escala, melhores negociações com fornecedores, abrangência, troca de boas práticas assistenciais e de gestão e uniformização do atendimento.
Os desafios, como em qualquer aquisição, fusão ou expansão se concentraram na unificação das culturas, no processo de integração dos modelos de negócio e na gestão administrativo-financeira.
É aí que a TI surge como aliada. A adoção de sistemas integrados de gestão em todas as unidades é o que permite o adequado controle de estoques e receitas, produção de indicadores para tomada de decisões clínicas e gerenciais, além do acompanhamento do paciente por todos os serviços de uma rede.
Um estudo publicado na revista científica Health Affairs, que envolveu cinco redes de hospitais norte-americanos, concluiu que sistemas integrados ajudaram a melhorar a qualidade assistencial ao gerar mais dados para a medicina baseada em evidência, rastrear exames, prescrições, consultas e procedimentos; e a gestão financeira, ao automatizar processos e garantir a cobrança efetiva por todos os serviços prestados, melhorando o fluxo de caixa e reduzindo glosas.
“Líderes desses hospitais relatam que a integração foi o mais importante recurso ao lidar com desafios recentes, porque permitiu o rápido desenvolvimento da mudança, seja em sistemas de assistência, equipe ou alocação de recursos.”
O artigo também aponta que a TI aprimorou a prestação de contas e viabilizou o feedback contínuo, baseado em monitoramento em tempo real do desempenho das equipes e rastreamento sistemático das iniciativas relacionadas à qualidade da assistência e melhoria dos resultados clínicos.
Em São Paulo, a rede de hospitais São Camilo integrou informações de seus três hospitais, Ipiranga, Pompeia e Santana, sob um único sistema de gestão, da MV.
O sistema de gestão integrado propiciou um gerenciamento mais efetivo, controle dos procedimentos e identidade única de gestão. As três unidades agora podem ser acompanhadas em tempo real, independentemente de onde seus gestores estiverem alocados. O acesso rápido e fácil às informações trouxe ganhos na prestação de serviços aos clientes e médicos da instituição e a adoção do Balanced Scorecard (BSC – metodologia de medição e gestão de desempenho) permitiu traduzir a estratégia em objetivos, indicadores, metas e projetos para os diversos departamentos de cada uma das unidades.