HIS (Hospital Information System), RIS (Radiology Information System), PACS (Picture Archiving and Communication System), PEP (Prontuário Eletrônico do Paciente), ERP (Enterprise Resource Planning)... São várias as siglas e sistemas de TI que apoiam as áreas clínicas e administrativas em saúde. Já estão comprovados benefícios como o aumento da eficiência dos departamentos, melhoria dos serviços aos clientes e redução dos custos, mas essas tecnologias ainda enfrentam resistências, especialmente das equipes assistenciais.
Comuns a todos os sistemas, estão reclamações dos usuários quanto à interoperabilidade e usabilidade. “Os médicos esperam intuitividade, flexibilidade e simplicidade”, resumiu o radiologista Marcelo Niek, assessor Estratégico para Gestão Clínico-Hospitalar da MV, no MV Experience Fórum de 2015.
E o que acontece é justamente o contrário quando não há integração: os profissionais precisam lidar com diferentes interfaces e repetir entradas manuais de dados para o mesmo paciente, especialmente em radiologia, em que ferramentas como RIS e PACS costumam estar totalmente desconectadas dos sistemas hospitalares (HIS).
“A falta de estratégias de integração entre fabricantes dos sistemas e as instituições que os utilizam tem produzido um ambiente em que imagem e texto estão disponíveis eletronicamente, mas em locais separados”, dizem os pesquisadores Johannes M. Boehme e Robert H. Chaplin no artigo “Systems Integration: Requirements for a Fully Functioning Electronic Radiology Department”, publicado na revista Radiographics, da Radiology Society North America (RSNA – Sociedade Norte-Americana de Radiologia).
As consequências dessa falta de integração vão de aumento dos custos com trabalhos redundantes à perda de dados do paciente. “Quando esses sistemas permanecem desintegrados, entradas redundantes de demografia dos pacientes, exames e agendamentos são necessárias, o que aumenta os níveis de inconsistência e leva a uma restrição na aceitação da tecnologia pelas equipes. A edição e a modificação dessas bases de dados adicionam custos de trabalho substanciais. Mais ainda, imagens e outros dados podem não estar presentes em todas as interfaces”, explicam os pesquisadores.
A integração otimizaria a integridade dos dados e reduziria o consumo de tempo das equipes, além de proporcionar novas possibilidades ao setor de radiologia, como apoio à tomada de decisão, melhoria do workflow, apoio à decisão clínica, painéis de controle digital, data mining e acompanhamento dos resultados. “O interesse crescente em uma assistência centrada no paciente, medicina individualizada e aumento da qualidade são o chamado à ação”, conclui o artigo The Future of the Radiology Information System, publicado na revista American Journal of Roentgenology.