O executivo Waldir Eschberger Jr. quer aliar sua experiência de cerca de 30 anos no setor farmacêutico à febre dos tablets no mercado. Ex-executivo dos laboratórios EMS, um dos maiores em genéricos do Brasil, e da italiana Zambon, Eschberger agora está à frente da Tabfarma Soluções, empresa recém-criada para prestar serviços a farmacêuticas.
Antes acostumado a tomar decisões estratégicas que definiam lançamento de importantes medicamentos de grandes laboratórios, o executivo passou a atuar nos bastidores do setor. A Tabfarma está desenvolvendo programas sob medida para equipes de força de venda de laboratórios - um batalhão que chega a atingir 2 mil pessoas por empresa, dependendo do porte da companhia.
Eschberger uniu-se à agência de publicidade Guiropa, que é a responsável pelo projeto dos programas de tablets para o setor no país. "Nosso foco é desenvolver programas específicos, dependendo da demanda da farmacêutica, voltados para a comunidade médica", afirma.
Segundo ele, a campanha de propaganda farmacêutica desses representantes de venda é a mesma nos últimos 50 anos. Isso significa, na prática, uma equipe com maletas pesadas com calhamaço de papéis peregrinando de consultório em consultório de todo país.
No ano passado, quando ainda atuava como executivo da EMS, de Hortolândia (SP), Eschberger participou da implantação desse novo modelo entre os propagandistas da farmacêutica. A companhia foi a primeira do país a utilizar o iPad, da Apple, para a equipe de força de vendas, com cerca de 1,5 mil representantes.
O laboratório investiu cerca de R$ 2 milhões para implementar esse sistema. As projeções são de que essa mudança pode gerar uma economia de cerca de R$ 4,2 milhões por ano à EMS com a impressão e distribuição de material. Com isso, a companhia deixará de utilizar cerca de 50 toneladas de papel, volume registrado em 2010 pela farmacêutica.
Segundo Eschberger, os tablets trazem maior agilidade ao negócio. Permitem preparar campanhas sob medida, além da atualização mais rápida de preços, por exemplo. "Sem contar que essa ferramenta é sustentável", afirma. "Há uma agilidade em caso de novas campanhas ou alguma mudança na apresentação de um produto. O propagandista não precisará mais aguardar até novo material ser desenvolvido e impresso, o que leva quase um mês. Ele terá isso em mãos em tempo real."
A Tabfarma entrou em operação neste trimestre e já tem três contratos fechados, totalizando 2 mil representantes. "Nossa meta é encerrar o primeiro semestre de 2012 com seis contratos e o primeiro ano com 20 empresas farmacêuticas", afirma.
Fonte: Monica Scaramuzzo, Valor Econômico, 05/12/11