A Ri Happy, maior rede de varejo de brinquedos do país, está em negociações com o fundo de investimentos Carlyle para a venda das operações. O fundador e presidente da rede, Ricardo Sayon, decidiu se desfazer do negócio e por isso a companhia passou a buscar no mercado potenciais interessados. A rede de brinquedos contratou para assessorá-la o escritório Miguel Neto Advogados.
As conversas entre as partes avançaram no fim do ano passado, mas pelo menos neste mês a operação ainda não deve ser fechada porque há questões que permanecem em aberto - inclusive o preço final do negócio, segundo uma fonte próxima à varejista. Com operação em 18 Estados e 110 lojas no país, a Ri Happy faturou R$ 600 milhões em 2010, com crescimento de 11% em relação a 2009, segundo informações prestadas ao mercado por Sayon na época.
Segundo uma fonte próxima ao comando da rede, tanto Ricardo Sayon quanto Roberto Saba, amigo e sócio de Sayon, passaram a discutir internamente a possibilidade de sair do negócio e vender o controle da operação. O bom momento do varejo brasileiro - os ativos se valorizaram no último ano - seria uma justificativa para essa movimentação agora. Ainda existiriam questões pessoais, ligadas à decisão de Sayon. Procurado, o empresário e o fundo americano Carlyle não se manifestaram. A Ri Happy esclarece que "não tem informações" a respeito do assunto.
Nos últimos meses começaram a surgir informações no mercado a respeito da possibilidade de venda da rede a empresas no exterior. Isso porque não existiriam compradores do setor de varejo de brinquedos com caixa para adquirir a rede varejista no país. As negociações com outras companhias fora do país não teriam evoluído. Uma das cadeias que chegaram a ter conversas iniciais com a Ri Happy foi a americana Toys"R"Us.
Além da Ri Happy, a PB Kids e a Preçolândia estão entre as maiores vendedoras de brinquedos no Brasil, ao lado da Lojas Americanas e das redes de hipermercado como Extra e Carrefour.
A Ri Happy é vista pelo mercado como a rede com modelo de operação mais próximo das grandes varejistas americanas do setor, focadas na prestação de serviços e na experimentação dos produtos. Nos últimos quatro anos, a companhia abriu 30 lojas no Brasil, uma média de oito pontos por ano.
Se essa operação de venda se concretizar, o Carlyle avança em sua estratégia de ampliar a atuação no varejo especializado brasileiro, com alto potencial de valorização nos próximos anos. Neste momento, há uma série de informações no mercado sobre o interesse de diferentes fundos estrangeiros em fechar parcerias com varejistas locais.
Fonte: Adriana Mattos, Valor Econômico, 05/01/2012