Dada a menor preocupação dos investidores com uma desaceleração abrupta da economia chinesa em janeiro, as ações de commodities começaram a mostrar recuperação. Com isso, as preferenciais (PN, sem direito a voto) classe A da Vale voltaram a integrar a Carteira Valor.
Em janeiro, a atividade industrial na China mostrou reversão de queda, o que reacendeu as esperanças de que o país consiga manter um saudável ritmo de crescimento econômico em 2012. "Esse cenário ajuda o setor de mineração, que sofreu bem no ano passado", diz Fernando Siqueira, economista-chefe da Citi Corretora.
Na avaliação da Octo Investimentos, as ações da mineradora são hoje a melhor opção entre as empresas de commodities com maior peso no Ibovespa. Incorporando a melhora no cenário global, as PNAs da Vale subiram 12,88% em janeiro e a empresa divulgará seu balanço no dia 9.
Além de Itaú Unibanco, no segmento financeiro, destacam-se as ações ordinárias (ON, com voto) do Banco do Brasil. Presente no portfólio recomendado da Bradesco Corretora, a visão positiva para o papel se baseia no desconto das ações em relação aos papéis dos outros bancos, de 27,7% em termos de Preço/Lucro - P/L, que dá uma ideia do prazo para o investidor ter retorno dos papéis - estimado para este ano. O desconto é considerado exagerado.
Duas empresas de telefonia integram a Carteira Valor de fevereiro, conferindo um tom mais defensivo ao portfólio: TIM Participações e Telefônica Brasil. No primeiro caso, as ações da TIM tiveram valorização de 4,89% no mês passado - abaixo do ganho de 11,13% do Ibovespa. Na avaliação da Ativa Corretora, a TIM é o veículo de investimento mais atrativo no setor de telefonia brasileira, dado seu posicionamento estratégico em telefonia móvel e em banda larga. A corretora tem preço-alvo para as ONs de R$ 13,00, o que embute um potencial de valorização de 37,13% ante o fechamento de ontem.
No caso da Telefônica, os papéis caíram 5,23% no mês passado. A expectativa dos analistas é de que a empresa capte sinergias com a união operacional da telefonia fixa com a móvel, com a incorporação da Vivo. A empresa é conhecida, ainda, por ser uma boa pagadora de dividendos.
Ainda na parte defensiva, as preferenciais classe B da Copel se destacam. Havia um excesso de otimismo por parte do mercado quando a nova equipe assumiu a gestão da companhia em 2011, lembra Wagner Salaverry, sócio da Geração Futuro. Pelas estimativas da corretora, a Copel vem sendo negociada a 7-7,5 vezes o lucro esperado para este ano - pouco abaixo da Cemig. Mas, em 12 meses até ontem, as ações da Copel tinham queda de 1,30% enquanto as PN da Cemig subiam 43,67%.
Apesar da alta de 21,88% das ONs da Lojas Renner, a empresa foi incorporada ao portfólio recomendado da Bradesco Corretora. Segundo relatório da instituição, a Lojas Renner combina um negócio sólido no varejo com oportunidades diferentes de crescimento. Além disso, a empresa tem potencial de expandir seus resultados financeiros com os cartões próprios e com a introdução de produtos financeiros nas lojas da Camicado. A corretora estima preço-alvo de R$ 83,70 para os papéis, o que embute potencial de alta de 42,51%.
Também visto pelos analistas como um papel defensivo, as ONs da Cetip se mostram menos sensíveis ao cenário externo e a empresa oferece consistência na entrega de resultados, afirma a Octo Investimentos em relatório. "Acreditamos ainda que a empresa deverá entregar bons resultados no último trimestre de 2011", diz o texto.
Por fim, a Multiplus completa a lista de indicações para fevereiro. A empresa responsável pelo programa de milhagem da companhia área TAM tem margens elevadas, baixa necessidade de capital, além de uma posição confortável de caixa, o que a torna uma boa pagadora de dividendos, ressalta a Octo.