Segundo o presidente, Francisco Balestrin, a edição atual do Observatório Anahp compartilha ainda a discussão de temas fundamentais para o setor, como: conduta empresarial na saúde. Apesar dos avanços relacionados ao tema nas últimas décadas, as práticas relacionadas a compliance ainda são bastante tímidas no Brasil. As empresas nacionais se limitam a cumprir as suas obrigações legais, que não são poucas, e a sobreviver em um ambiente cada vez mais competitivo.
O aumento da demanda por serviços de saúde exige que os hospitais acompanhem a evolução do mercado e invistam em infraestrutura e eficiência do atendimento. Para agravar ainda mais este cenário, o setor começa a sentir os efeitos do envelhecimento populacional, com o aumento da média de permanência hospitalar dos pacientes, as múltiplas comorbidades e o crescimento da taxa de pacientes residentes.
Segundo o relatório, em 2013, o número de beneficiários de planos de saúde cresceu 4,6%, maior crescimento visto desde 2010; o mercado está em fase de consolidação, com grandes operadoras de planos de saúde ganhando maior representatividade e a entrada de grandes grupos internacionais no país, por exemplo a UnitedHealth e; a participação de mercado dos 4 maiores grupos passou de 57,1% em 2010 para 59,1% em 2013.
É notado o maior número de usuários, mas, além disso, a inclusão das classes C e D na cobertura por plano de saúde, as transições epidemiológica e demográficas, vistas no envelhecimento da população e na maior incidência de doenças crônicas são tendências observadas e, como consequência, os pacientes nos hospitais têm um perfil modificado, com aumento da proporção de internações com doenças crônicas não transmissíveis e maior complexidade.
Somente nos Hospitais da Anahp, a mediana de idade de pacientes internados passou de 37 anos em 2008 para 43 anos em 2013, evidenciando a transição demográfica. Os dados apresentam aumento da incidência de neoplasias (de 10,4% do total de internações em 2012 para 11,9% em 2013) e da prevalência de diabetes, doença pulmonar obstrutiva crônica, insuficiência cardíaca e hipertensão, entre outras comorbidades, evidenciando a transição epidemiológica citada acima.