O crescimento da indústria farmacêutica no Brasil vem sendo impulsionado nos últimos anos pelo crescimento de uma categoria específica, que ganha cada vez mais força por diversos fatores, tendo como destaque a acessibilidade no preço de aquisição: os medicamentos genéricos.
Já no ano de 2014, os genéricos acumulam alta nas vendas de 11,5% em unidades (comparado ao mesmo período de 2013), o que representa uma boa fatia do mercado. Já na evolução em valores, o aumento chega aos 18,31%. Porém segundo a instituição PróGenéricos (associação que representa os laboratórios fabricantes de genéricos no Brasil), 30% desta fatia é representado por três categorias de medicamentos que tiveram um grande crescimento nos últimos quatro anos:
Ano x Classe genérico | ANTILIPÊMICOS | ANTIDIABÉTICOS | ANTI-HIPERTENSIVOS |
Junho/2010 | 20,2% | 38% | 38,6% |
Junho/2014 | 40,6% | 41,3% | 54,6% |
Fonte: Site IstoÉ Dinheiro (Comparativo do crescimento em unidades vendidas de 2010-2014)
Estes datos nos levam a refletir sobre a qualidade da saúde do brasileiro. Isso porque, em uma conta lógica, aumentando o número de aquisições de medicamentos, significa diretamente um aumento no número de tratamentos iniciados, ou seja, mais pessoas estão ficando doentes no Brasil, ou pelo menos, estão descobrindo estas doenças.
É interessante perceber que todas estas classes de medicamentos são de doenças crônicas, com tratamentos duradouros e delicados, que envolvem uma série de outros fatores para a evolução de cura, ou ao mínimo de controle da doença.
Assim, é totalmente perceptível, e devemos pontuar que:
- A saúde do brasileiro precisa, ainda, de muitos cuidados e atenção. E deve-se levar em consideração, não somente o envelhecimento da população, como também o estilo de vida e de trabalho;
- Ainda existem brechas no tratamento e assitência básica, porém percebe-se melhorias enquanto a disponibilização de medicamentos, como por exemplo o programa do Governo “Aqui tem Farmácia Popular”;
- É necessário avançar na estruturação e suporte de campanhas de informação e prevenção de doenças crônicas.
Não quero citar o viés econômico, pois se tratam de vidas, e a vida de um ser humano é mais importante do que qualquer outra coisa, e não tem preço ou comparativos com valores ou X% de crescimento.
INFORMAÇÃO:
- Cinco dos dez produtos genéricos mais vendidos no primeiro semestre de 2014 foram para doenças crônicas: Losartana, Atenolol, Hidroclorotiazida e Enalapril, todos para hipertensão, e Metformina, para diabetes.
- No Brasil, os genéricos respondem por 27,9% das vendas em unidades no mercado farmacêutico, ficando atrás de paises como: Espanha (31%), França (42%), Reino Unido (60%), Alemanha (66%) e E.U.A. (80%).
- Entre as 10 maiores empresas farmacêuticas no Brasil, 5 são brasileiras, e produzem genéricos.
- O mercado de genéricos no Brasil movimentou R$ 14 bilhões nos últimos 12 meses. Este mercado é liderado pela EMS (nacional), com 31% de participação, seguida pela Medley (da francesa, Sanofi) com 19,3% e pela Hypermarcas (nacional) com 12,6%.