Esta é uma questão que pode ter várias respostas. Citamos abaixo algumas delas:
1. Pelo potencial de retorno sobre o investimento (a expectativa mais usual é que exista um retorno acima de 40% a.a., podendo em alguns casos chegar a múltiplos de 10x, 20x, 50x ou mais sobre o capital investido).
2. Pela oportunidade de aplicar sua experiência e conhecimentos.
3. Pela satisfação pessoal de participar na construção de negócios inovadores.
4. Pela oportunidade de aprender na prática como construir novos negócios.
5. Além de tudo isto, pela importância que isto representa para o desenvolvimento do Brasil, pelo enorme potencial de geração de riqueza e trabalho de empresas inovadoras. Isto tem sido comprovado nos EUA e na Europa; basta verificar que mesmo em face de uma conjuntura atual dificil, negócios inovadores, como o Linkedin, Facebook, etc. continuam sendo muito atrativos, tendo reconhecidamente potencial para gerar muita renda, como hoje já ocorre em diversas empresas investidas por anjos, como a Apple, Microsoft, Google, Fedex, etc.., para citar somente algumas.
Uma questão que surge é sobre os riscos; tratamos da mesma em dois grupos:
1. Risco de perda do investimento. Para minimizar este risco, você pode seguir algumas recomendações, como:
1.1. Dividir seu investimento em várias empresas.
1.2. Compartilhar o investimento com outros investidores.
1.3. No inicio, efetivar investimento conjuntamente com investidores mais experientes.
1.4. Dedicar-se a acompanhar e a apoiar o empreendedor.
1.5. Avaliar bem se o empreendedor é comprometido e competente.
1.6. Recomendamos que o valor que for investir em empresas nascentes seja separado dos seus outros ativos, sendo alocado apenas o recurso que considere que não essencial. Pois o investimento em empresas nascentes, apesar do alto potencial, possui pouca (ou melhor, nenhuma) liquidez até existir possibilidade de saída, além do eventual risco de perda,.
2. Risco de perda além do investimento: este é um receio válido, tendo em vista que em caso de falência do negócio, credores, especialmente trabalhistas e fiscais, podem tentar cobrar seus débitos dos investidores. Para minimizar este risco, sugerimos:
2.1. Consulte sempre um advogado de sua confiança para orientá-lo sobre as precauções a ser tomadas.
2.2. Você poderá utilizar instrumentos legais, como Sociedade em Conta de Participação (SCP), Sociedade de Participações, etc. que isolarão seu nome da empresa, mas é importante reiterar que isto não é 100% garantido (lembrando que nada na vida é 100% seguro).
2.3. Nos contratos de investimento que efetivar, estabeleça clausulas de proteção e de direito a veto em decisões que envolvam valores financeiros superiores a 10% do patrimônio líquido da empresa. Você pode também pode estabelecer que o responsável financeiro da empresa seja indicado por você.
2.4. Nossa recomendação é que conheça profundamente o empreendedor, seu histórico e referências, fazendo uma boa averiguação prévia, pois a postura do empreendedor é o mais importante para evitar potenciais problemas.
2.5. Acompanhe a empresa, seus balanços e resultados, certificando-se que os impostos devidos e as responsabilidades trabalhistas estão sendo devidamente cumpridas.
2.6. Oriente o empreendedor sobre as melhores práticas de gestão para evitar problemas futuros. Não anuncie que é um investidor-anjo se ainda tiver dúvidas se realmente irá efetivar investimentos. Você pode dizer que "pretende ser um investidor-anjo", pelo menos até ter certeza que o fará.
Enfim, por qualquer que seja o motivo que deseja ser um investidor-anjo, o importante é que experimente e faça e para isto, pode contar com a Anjos do Brasil para orientá-lo e apoiá-lo.
Cássio Spina é formado em Engenharia Eletrônica pela USP, atuou por mais de 25 anos no mercado de TI, sendo o fundador da Trellis, fabricante de produtos de conectividade. Atualmente investe em empresas nascentes apoiando seu desenvolvimento, foi diretor executivo da associação São Paulo Anjos e atualmente é Investidor-Líder da Anjos do Brasil.