O último estudo publicado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) resultou em uma conjuntura desse mesmo mês que conclui por números o fato de que a recessão econômica prejudicou o número de beneficiários de planos de saúde consideravelmente.
Ao fim do primeiro trimestre de 2016, o PIB brasileiro caiu 4,7% na variação acumulada em 12 meses. Esse resultado representa quinto resultado trimestral negativo em sequencia. Com isso, a taxa de desocupação medida pela PNAD/IBGE atingiu 10,9%, o maior valor desde que o indicador passou a ser divulgado em 2012.
O país vem enfrentando uma recessão econômica que leva a uma deterioração do mercado de trabalho e isso afeta diretamente a contratação de planos coletivos empresariais.
Com alguns gráficos desenvolvidos pelo próprio estudo podemos ilustrar o que de mais interessante é ressaltado na conjuntura, no gráfico a seguir observa-se que a um crescimento da taxa de variação do número de beneficiários de planos coletivos em 12 meses conduzem a taxa de variação da população ocupada: quando em set/15, a população ocupada passou a cair, o número de beneficiários de planos coletivos empresariais também passou a apresentar queda.
Esse tipo de contratação, que representa 66,4% do total dos planos de saúde, apresentou redução do número de beneficiários de 2,7% no 1ºtri/2016 em relação ao 1ºtri/2015.
Além disso, os planos de saúde individuais também sofreram uma redução contabilizados em 2,3% no 1ºtri/2016 em relação ao 1º tri/2015. Esse tipo de contratação claramente também foi impactado pela retração do mercado de trabalho, pois a renda é uma variável que interfere diretamente no poder de consumo em geral, incluindo o de planos de saúde individuais.
O gráfico acima mostra a taxa de variação do PIB em doze meses em que podemos ver que o crescimento real (descontado a inflação) em 12 meses das receitas de contraprestações foi de 1,0% enquanto que o
das despesas assistenciais foi de 0,5%.
Nessa mesma comparação, o PIB geral apresentou redução de 5,9% e a retração generalizada nos gráficos de despesas e receitas representam a situação econômica atual do país, que tem levado à uma
menor taxa de crescimento do número de beneficiários de planos. Isso ocorre não só pelo aumento do desemprego, mas também pela diminuição do crescimento da renda da população ocupada também, afetando planos individuais.
No gráfico abaixo, está ilustrado como está distribuída a taxa de crescimento nas regiões brasileiras, podemos notar que com o número de beneficiário majoritário no sudeste, a taxa de crescimento apresenta números negativos no período de doze meses. No resto do Brasil, a taxa ainda se mantém acima do número de beneficiários.
No ultimo gráfico apresentado, os números indicam o maior índice de variação de custos médicos-hospitalares. Desde julho de 2015, a VCMH/IESS apresenta tendência de crescimento, sendo que, de dez/14 à dez/15, a VCMH passou de 15,3% para 19,3%, o que corresponde à um aumento de 4,0% p.p.
Existem dois fatores principais para o alto resultado, que são: a incorporação tecnológica e o modelo de pagamento de hospitais fee-for-service que incentiva o aumento dos custos sem necessariamente melhorar a saúde do paciente. Outro fator é a regulamentação do reajuste desse tipo de plano pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em que o índice autorizado para ser usado pelas operadoras para o reajuste de planos individuais no período de maio de 2016 a abril de 2017 é de 13,57% (divulgado em junho de 2016).
A sustentabilidade econômico-financeira das operadoras pode ser afetada porque esse índice nos demais períodos é inferior ao índice de variação de custo.
Baixe a conjuntura completa no Portal do IESS.