Amigos do Empreender Saúde, volto a este espaço agora para enfatizarmos um aspecto importante no eixo mídia e saúde, isto é, a informação para mobilização!
E, seguindo essa rota, encontramos eco no que Epstein (2001) salienta, onde a inserção de saúde nas ferramentas midiáticas deve apresentar a relação custo-benefício do cultivo de hábitos saudáveis e a longevidade da espécie, formatando uma pergunta importante, que geralmente são adotadas pelos jornalistas, isto é, quais são as doenças que podem, ao menos parcialmente, serem prevenidas por informação adequada veiculada nos jornais, e, programas de rádio e televisão?
Cá entre nós, caros leitores, é comum recordarmos a quantidade de vezes que assistimos o telejornal, quando o repórter filma o posto de saúde “Y”, e, começa a entrevistar moradores daquela região que são afetados pela falta de máquinas decentes e profissionais de saúde para um atendimento efetivo e de qualidade à população.
Cena frequente, não é mesmo? Triste verdade! No entanto, esse é um dos grandes papéis da mídia, averiguar o funcionamento adequado da estrutura pública em saúde. O mais curioso, é que o jornalista, enquanto figura humana exerce a função preponderante na fiscalização e consecução das promessas (na maioria das vezes do governo). Em quantas oportunidades não vimos o hospital da rua adquirir um equipamento em condições salutares de utilização após haver uma cobertura jornalística lá mostrando o péssimo estado de uma máquina?
Mas, não é apenas sobre “demônios” que se configuram os motes de matérias da mídia na saúde pública! Os anjos também têm vez!
Vamos abrir espaço às campanhas preventivas!? O fluxo de pessoas que transitam nelas é diretamente ligado ao incentivo que os meios midiáticos oferecem. Notem as campanhas de vacinação que ocorrem nos postos de saúde, perceba que elas necessitam do aspecto mobilizador da mídia, isto é, da convocação da população para se vacinar, da precaução da mazela “x”, do reforço de que no dia “tal” você precisa levar seu filho ao posto para que ele se vacine!
Daqui emerge-se o cunho profundamente educativo das campanhas e o eco promovido pelas ações midiáticas. Como ressalta Natansohn (2004), a educação em saúde, bem planejada, orientada e executada será um dos elementos mais importantes do êxito a ser alcançado em qualquer programa de saúde pública a ser implementado, com a participação indispensável da comunidade a que se destina e fundamentada nas técnicas educacionais e de comunicação social.
É a partir dessa premissa que lanço uma luz bem reluzente sobre o exercício de cidadania que a mídia possibilita ao povo no que tange aos cuidados em saúde. A partir dela se consegue penetrar nos locais mais remotos, mais inóspitos, levando informação, conscientização e ação, não apenas de tratamento, mas, o mais importante, ação de prevenção!
E, nesse aspecto, Bondía (2002) e Vaz (2007) referem que não precisamos mais estar doentes para buscar a presença médica em nossas vidas assim como não precisamos viver materialmente a doença para arriscar discorrer sobre ela. Este acesso a informação nos protege da vida, pois quanto mais informados estamos, quanto mais sabemos o que nos passa e pode vir a nos ocorrer, mais conseguimos com que nada nos aconteça, mais conseguimos nos distanciar dos riscos da vida e da experiência genuína dos acontecimentos e das sensações!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
- NATASOHN, G.: Comunicação e saúde: Interfaces e diálogos possíveis. Revista de Economía Política de las Tecnologías de la Información y Comunicación. Vol. VI, n. 2, Mayo – Ago., 2004.
- EPSTEIN, I.: Comunicação de massa para saúde: Esboço de uma agenda midiática. IN: Comunicação e saúde pública: um projeto integrado. PCLA, São Bernardo do Campo, v.2, n.2, 2001.
- BONDÍA, J. L. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista Brasileira de Educação, n. 19, p. 19 -28, 2002.
- VAZ, P.: O fator de risco na mídia. Interface, Botucatu, v. 11, n. 21, p. 145-163, 2007.