“As palavras são mais potentes que a espada”. Em diversas culturas existem variações desta expressão. No meu caso, da cultura japonesa - mais precisamente do Fukuzawa Yukuchi - um dos personagens mais importantes no desenvolvimento do Japão e o que está na face da nota de 10.000 yen (no final do texto comento como converter a moeda).
Acredito que a curiosidade incessante e a capacidade de articulação sejam aspectos educacionais essenciais para a formação de indivíduos críticos, tolerantes e engajados. Mas não criamos ambientes adequados para que essas habilidades possam florescer, e sequer geramos estímulos para que as ideias sejam expressas a partir de uma construção de argumentos.
Nunca aprendemos sobre falácias na argumentação, muito menos vieses cognitivos, que podem ajudar a identificar erros naturais nas argumentações. Os diálogos são destruídos pela passividade e medo.
Manter o estímulos das pessoas na idade escolar em aprender e conhecer mais sobre um determinado assunto de interesse não é pontual, nem inútil ou irrisório. Descreditar a curiosidade intrínseca é uma ótima forma de persistir na mesmice da educação de linha de produção, métodos “pedagógicos" não-fundamentados e focados no vestibular.
“Passei direto” é mais importante que curiosidade, empenho e a busca em excelência em áreas que não são foco para o vestibular. “Educação universitária” é fácil falar e quase impossível de agir pela estrutura burocrática e jogo de ego.
E o que isso tem a ver com o Brasil?Queremos que as crianças tenham recursos internos suficientes para que possam se autodesenvolver, construir críticas e análises, buscar ferramentas adequadas e explorar os seus interesses. Para que assim não deixem que a passividade de pessoas entrelaçadas no nosso ambiente educacional (e cultural) ditem suas condutas. E para que sejam pessoas que, a despeito do entitulamento, consigam contribuir para um Brasil mais ético, dinâmico e que busque excelência.
Não vai ser uma matéria de “argumentação e ética” na escola que vai melhorar isso. Provavelmente uma mudança curricular radical vai trazer resultados aquém do esperado. Mas é um começo, e é uma das formas de tentar trazer uma mudança geral.
Quando era criança, achava improvável um professor de história falar que “educação é uma forma de manipular a população”. Essa frase se parece uma verdade como um dogma atualmente.
PS: para quem quer aprender porque a moeda japonesa tem cifras tão altas comparado com o real brasileiro ou dólar americano:
Pense que a moeda japonesa não opera com vírgulas, ou seja, ao invés de falar R$ 1.00 eles falam ¥100. Desta forma, 100 dólares americanos (US$100,00) dá, na conversão de hoje, a aproximadamente ¥12000, ou R$350 a ¥10000
Se você for bom em matemática, pense em grandeza de 10 subtraia por 2.