Referências: Geografia Econômica da Saúde no Brasil e Jornada da Gestão em Saúde no Brasil
(*) todos os gráficos são partes integrantes do Estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil
O gráfico demonstra a parcela do mercado da saúde suplementar de operadoras de planos de saúde se assistência médica que está “sob o guarda-chuva” das dos tipos autogestão e filantropia:
• Quase 25 % (1 a cada 4) operadoras são do tipo autogestão ou filantropia;
• Mas menos de 10 % (precisamente 9,1 %) dos beneficiários estão vinculadas a elas.
Este gráfico já nos dá a dimensão do quanto estes tipos de operadoras sofrem com a regulação da ANS que as insere em um mercado onde a maioria das operadoras, ao contrário delas, existem em função do lucro:
• Não que buscar lucro na área da saúde seja pecado, ou antiético, ou ilegal ...
• Muito pelo contrário ... como “reza” a constituição saúde é livre à iniciativa privada !
E o gráfico nos dá uma outra face destas operadoras:
• Como são 25 % do total e embarcam apenas 10 % dos beneficiários:
• Na média são operadoras pequenas;
• E fazer gestão da sustentabilidade de operadoras pequenas é muito ... mas muito ... mais complexo do que de operadoras grandes;
• Somente quem já teve contato com estes tipos de operadoras de tamanhos diferentes tem a dimensão exata do que significa isso !
Como em qualquer atividade econômica existem empresas que se destacam:
• Mesmo em uma regulação desfavorável, temos tanto autogestões como filantrópicas que entregam “melhores produtos” aos seus beneficiários, da mesma forma que temos filantrópicas;
• E como em qualquer situação, quando vamos construir um “ranking” das melhores é mais adequado trabalhar com indicadores que podem ser apurados de forma objetiva, junto aos clientes da empresa, que são os beneficiários.
Sem utilizar critérios subjetivos, não é possível utilizar o mesmo indicador para estes dois tipos de operadoras:
• Embora ambas têm como DNA prestar a melhor assistência aos seus beneficiários, uma vez que não visam lucro;
• Uma não dá qualquer opção ao beneficiário de mudar de fornecedor se estiver descontente (a autogestão);
• A outra, embora permita a escolha por parte do beneficiário, geralmente acaba acolhendo o beneficiário mesmo se ele mudar de operadora, porque é o serviço de saúde referência de uma região.
A melhor forma de apurar objetivamente se o cliente da operadora está contente não é perguntando a ele:
• Primeiro porque a avaliação de produtos de saúde por parte do cliente da ponta está mais relacionada a marca, a aparência, a hotelaria, do que aos aspectos assistenciais;
• E segundo porque o Brasil desenvolveu uma “mania de que reclamar de tudo é uma forma de liberdade de expressão” ... elogiar está “fora de moda” há alguns anos;
• Os dois parâmetros dão subjetividade à resposta da pergunta.
Podemos medir a satisfação dos clientes de planos de saúde pelo tempo que ele permanece “comprando” o produto, ou seja, pela média de tempo que os beneficiários permanecem no plano ... sem trocar de plano:
• Quanto mais tempo o beneficiário se mantém no plano, melhor o plano ... se for ruim, “pula fora” mais rapidamente;
• Este critério serve para medir quais as melhores filantrópicas, desde que não misturemos elas com outros tipos de operadoras;
• Mas não serve para medir as melhores autogestões, uma vez que o cliente não muda de plano. Para estas medimos pela abrangência do plano aos clientes: para quantos, além do titular que é funcionário, a mantenedora estende o benefício (os dependentes do titular). Quanto mais dependentes a operadora embarcar proporcionalmente aos titulares, melhor o benefício que a mantenedora está concedendo aos seus funcionários !
Construindo o indicador de tempo médio de permanência de beneficiários de planos de saúde de filantrópicas podemos construir o ranking das melhores operadoras do tipo filantropia do Brasil – mas é interessante notar os gráficos:
• O da esquerda ilustra a distribuição do número de beneficiários de planos tipo filantropia por UF. O da direita a média de permanência dos beneficiários destes planos por UF;
• Existe uma enorme concentração de planos tipo filantropia em SP e MG. Mas na média, as filantropias que mais tempo retém os beneficiários estão na região norte;
• Isso vai bem de encontro ao fato de que onde existe concorrência de outras operadoras as filantrópicas preferem atuar como serviços de saúde, que na verdade é a origem da filantropia: cuidar da saúde da população carente;
• Onde outras operadoras são mais escassas, as mantenedoras operam planos de saúde tendo como maior foco captar recursos da saúde suplementar para viabilizar sua vocação de cuidar melhor dos pacientes do SUS e da gratuidade !
Este ranking com as melhores operadoras do tipo filantropia foi construído com o uso de uma das ferramentas que serão entregues aos participantes do Seminário Geografia Econômica da Saúde no Brasil – Melhores Operadoras de Planos de Saúde, que será realizado no próximo dia 7 de maio:
• Nota-se que apesar da operadora que por mais tempo retém seus beneficiários ser da região norte, temos “uma competição” grande entre operadoras deste tipo nas regiões sul e sudeste;
• O objetivo do ranking e do seminário não é promover uma premiação, porque apesar de ser um critério objetivo, existem vieses que são detalhadamente explicados no seminário;
• Mas é muito gratificante poder enaltecer o trabalho de algumas filantropias que, apesar da regulação da ANS “remar absolutamente contra”, conseguem entregar um produto de qualidade para seus beneficiários;
• Se não fosse de qualidade, certamente o beneficiário não ficaria 6, 7 ... 12 anos ... vinculado a elas !!!
São instituições que merecem respeito por conseguir entregar algo dentro de tanta adversidade regulatória ... isso é indiscutível !
Utilizamos o outro indicador (proporção de dependentes em relação aos titulares) para classificar as operadoras tipo autogestão, mas também vale a pena primeiro observar os gráficos:
• O da esquerda ilustra a distribuição dos beneficiários deste tipo de operadora por UF, e o da direita a proporção geral em cada UF;
• Se considerar que temos muitas pequenas, junto com algumas enormes, e que as enormes têm abrangência nacional, a variação de 43,4 para 60,2 % é meio surpreendente;
• Isso se explica porque mesmo nas poucas gigantes, além da natural diferença demográfica (nascimentos e óbitos) que alteram a relação titular / dependente, existem algumas questões regionais relacionadas ao vínculo da mantenedora com o sindicato, com a possibilidade de terceirização de funcionários ... fazer gestão de autogestão não é a mesma coisa em qualquer lugar do Brasil ... quem atua nisso sente “na pele” !
De modo geral, o indicador estar situado na média próximo de 50 % significa que cada titular leva junto com ele próximo de 1 beneficiário:
• Mas esta relação está longe de ser a realidade caso a caso;
• Existem muitas autogestões em que a mantenedora dá o benefício apenas para o funcionário, enquanto em outras até mesmo a figura do agregado (que nem parente é) obtém o benefício.
Este ranking com as melhores operadoras do tipo autogestão também foi construído com o uso de uma das ferramentas que serão entregues aos participantes do Seminário Geografia Econômica da Saúde no Brasil – Melhores Operadoras de Planos de Saúde, que será realizado no próximo dia 7 de maio:
• Nota-se que apesar de termos experimentado uma grande tendência das empresas reduzirem benefícios para dependentes de funcionários, ainda existem várias que entendem plano de saúde como o maior benefício que a empresa pode conceder aos seus funcionários, a ponto da maioria dos beneficiários não serem os titulares do plano;
• Entendem que o plano de saúde melhora a qualidade de vida do funcionário, e estendendo aos dependentes dele, reduzem o absenteísmo;
• O desafio dos gestores da autogestão é equacionar o custo deste benefício em relação à sustentabilidade da mantenedora;
• Isso posto fica fácil afirmar também que o objetivo deste ranking e do seminário também não é promover uma premiação, porque apesar de ser um critério objetivo, também existem vieses que são detalhadamente explicados no seminário;
• Mas também é muito gratificante poder enaltecer o trabalho de algumas autogestões que, apesar da regulação da ANS “remar absolutamente contra”, conseguem conceder o benefício para o maior número de pessoas possível ... benefício que estas pessoas, na média, não teriam condições de ter “pagando com dinheiro que sai bolso” !!
São instituições que merecem respeito por conseguir dar para alguns milhões de brasileiros algo que todos gostariam de ter ... e cuja maioria não tem ... isso também é indiscutível !
Para quem tiver interesse em participar do seminário e receber as ferramentas que permitem tabular indicadores de todos os tipos de operadoras, em todas as UFs, em todos os municípios, juntamente com os rankings das melhores, informações complementares e sobre as inscrições estão na página ou diretamente através do canal