Mesmo com os baixos investimentos públicos na saúde (3,8% PIB), a crise econômica que assolou o país e a insegurança política que paralisou mercados, o setor da saúde cresceu, muito em parte graças aos investimentos do setor privado, no período de janeiro a setembro de 2018 em comparação a dezembro de 2017, em números de estabelecimento, leitos e empregos. Esses são os dados do levantamento realizado pela FEHOESP- Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo, em seu Boletim Econômico.
Durante o período analisado, o número de estabelecimentos de saúde no Brasil cresceu 4,5% com a abertura de 14.170 novos serviços de saúde, com destaque para a abertura de 6.943 consultórios, 1.197 empresas de serviços de apoio de diagnose e terapia e 3.474 novas clínicas e ambulatórios especializados.
O Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) apurou que o número de leitos Não SUS no país, a soma de leitos privados e filantrópicos, obteve um crescimento de 2,8% com a abertura de 4.472 novos leitos, enquanto o setor público teve uma redução de 0.5% de leitos, com o fechamento de 1.741 leitos do SUS.
E as contratações também foram destaque. O setor vem contratando e, segundo dados do CAGED, do Ministério do Trabalho, foram 73.731 vagas nas atividades do setor de hospitais, clínicas e laboratórios de janeiro a setembro deste ano. Um dado curioso foi a criação de 28.195 postos de trabalho na atividade “atendimento hospitalar”, e também a geração de 15.584 vagas de trabalho na atividade “médica ambulatorial”.
“Soma-se aos baixos investimentos do governo em saúde a falta de integração entre os dois setores. Funcionam como dois segmentos independentes, causando desperdício e duplicidade de ações", afirma o presidente da FEHOESP, Yussif Ali Mere Jr. Além disso, o setor privado está crescendo devido à deficiência crônica dos serviços de saúde oferecidos pelo Estado.
Para Yussif é necessário criar um sistema que seja integrado com parceria público-privada e melhor gestão e fiscalização.