- Atualmente, a instituição realiza cirurgias complexas por ano para tratamento de diversas cardiopatias congênitas
As cardiopatias congênitas apresentam uma incidência de oito a dez por mil nascidos vivos e constituem uma das principais causas de mortalidade infantil no primeiro ano de vida, correspondendo a 46% das mortes por defeitos congênitos. Visando oferecer um serviço de alta qualidade e tratar as possíveis doenças do coração no período neonatal, o Hospital e Maternidade Santa Joana, que já é referência nacional na saúde da mulher e do recém-nascido, ampliou sua especialização na área, realizando cirurgias complexas, com um serviço de Cirurgia Cardíaca Neonatal.
Um dos casos de sucesso da instituição é o da pequena Mayara, que nasceu prematura e teve que passar pela cirurgia de Jatene com apenas sete dias de vida e pesando 2,6 kg. A cirurgia de Jatene é a técnica de escolha para tratamento da transposição das grandes artérias. “Apesar de ter sido operada com menos de 3 kg, a Mayara foi extubada já no segundo dia de pós-operatório e apresentou uma excelente evolução. Para nós é extremamente gratificante, visto que esta doença é incompatível com a vida”, afirma o Dr. José Cícero Stocco Guilhen, responsável pelo serviço de Cirurgia Cardíaca Neonatal do Hospital e Maternidade Santa Joana.
O Hospital e Maternidade Santa Joana realiza, atualmente, desde procedimentos mais simples como fechamento do Canal Arterial, até cirurgias mais complexas para o tratamento de cardiopatias congênitas diversas, como Estenose Aórtica, Síndrome de Hipoplasia do Coração Esquerdo (SHCE) e Atresia Tricúspide, além de cirurgias como a cirurgia de Blallock, feita para doenças com hipofluxo pulmonar, e a cirurgia de Jatene, para tratamento cirúrgico da transposição das grandes artérias.
Outro case de sucesso é do Miguel, que tem apenas oito meses. Desde outubro de 2016, ele já passou por sete cirurgias no Hospital e Maternidade Santa Joana, incluindo uma cardíaca. A primeira delas foi para correção da atresia esofágica, que corresponde a uma malformação do esôfago do recém-nascido que é incompleto. A segunda foi a colostomia, abertura cirúrgica do cólon; a terceira foi uma atriosseptostomia por balão e, a quarta, realizada em janeiro de 2017, foi uma cirurgia cardíaca para correção de drenagem anômala total de veias pulmonares, doença muito rara que corresponde à aproximadamente 1% de todos os defeitos cardíacos congênitos.
Logo após esta cirurgia, Miguel ainda fez uma traqueostomia, uma reconstrução do intestino e uma gastrostomia. “Ele reagiu muito bem em todas as operações, mas precisará de alguns cuidados especiais em casa, após a alta, incluindo home care”, conta a Dra. Filomena Bernardes Mello, neonatologista e responsável por acompanhar a evolução dos bebês cardiopatas da UTI Neonatal do Hospital e Maternidade Santa Joana.