O presidente eleito Jair Bolsonaro anunciou, em novembro, a nomeação do deputado federal Luiz Henrique Mandetta como comandante do Ministério da Saúde no próximo governo. A indicação foi vista com bons olhos por boa parte das instituições e associações do setor, que manifestaram apoio ao futuro ministro e às suas principais propostas.
“Mandetta possui experiência na gestão pública. Como já sinalizou, quando assumir deve manter algumas mudanças já em curso, como a reestruturação do programa Mais Médicos”, comenta Yussif Ali Mere Jr., presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SINDHOSP) e da Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplantes (ABCDT). “Tive a oportunidade de estar com ele em reuniões na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), durante tratativas sobre a sustentabilidade financeira das clínicas de diálise. Ele sempre se mostrou sensível às questões da saúde, até por ser médico.”
Os presidentes da Associação Paulista de Medicina (APM), José Luiz Gomes do Amaral, e da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), Patrícia Moraes Barros Fucs, acompanharam a nomeação em Brasília (DF). As entidades também se pronunciaram oficialmente sobre o tema.
“Foi na entidade que o deputado teve uma das primeiras conversas para a criação da Frente Parlamentar da Medicina no Congresso Nacional, que foi oficializada no Dia do Médico de 2017, na capital federal”, relatou a APM em comunicado oficial. A SBOT, por sua vez, também manifestou apoio irrestrito a Mandetta, destacando o fato de ser um membro ativo da Sociedade.
Ali Mere Jr. aponta o grande desafio desse novo ciclo do Ministério da Saúde. “As emergências não podem continuar lotadas para tratar de casos simples, é preciso hierarquizar e saber distribuir os recursos de maneira inteligente. Uma boa parte desta mudança passa sim pela formação dos profissionais de saúde, especialmente dos médicos que, ao fim, são os que têm o poder de distribuir os recursos – são ele que prescrevem, pedem exames, indicam e chancelam tratamentos”, reflete o presidente do SINDHOSP.
Conheça sua trajetória
Natural de Campo Grande, Mandetta é formado pela Universidade Gama Filho, tem especialização em Ortopedia pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e subespecialização em Ortopedia Infantil pelo Scottish Rite Hospital for Children, em Atlanta, nos Estados Unidos. Entrou para a política em 2005, quando foi nomeado secretário de Saúde de Campo Grande. Em 2010, foi eleito deputado federal e, atualmente, está em seu segundo mandato.