Duas pesquisas, uma solicitada pela AFIP (Associação de Fundo de Incentivo à Pesquisa) e outra pelo FONIF (Fórum Nacional das Instituições Filantrópicas), apontam o retorno das filantrópicas em serviços de saúde à população brasileira. De acordo com estes dados, dentre todas as filantrópicas, se destaca a AFIP, que retornou R$ 11,51 a cada R$ 1 de imunidade tributária em 2018, com benefícios diretos para a sociedade.
As filantrópicas possuem um benefício chamado imunidade tributária, que permite economizar em impostos e investir o valor em pesquisas e serviços. Atualmente, o Governo Federal discute a possibilidade de suspender este benefício com a reforma da previdência. A perda da imunidade tributária impactaria diretamente todos os serviços prestados pelas filantrópicas no país.
O número alcançado pela AFIP é superior ao retorno das filantrópicas do setor de saúde em geral, de R$ 8,26 a cada R$ 1 investido, e no comparativo em que são englobadas as 11 mil instituições filantrópicas brasileiras - incluídas também as de assistência social e de educação - que retornaram R$ 7,39 a cada R$ 1 investido.
Estes dados foram apurados pelas pesquisas FONIF - A Contrapartida do Setor Filantrópico para o Brasil, realizada em 2016 e atualizada em 2018, e da Análise de Valor do Investimento AFIP – edição 2018.
As análises feitas pela Dom Strategy Partners mostraram ainda que os laboratórios de análises clínicas da AFIP são 33 vezes mais produtivos que os laboratórios de médio e grande porte dentre os 26.468 que atendem o SUS. O alto retorno e produtividade dos serviços de saúde da AFIP são frutos da eficiência dos processos da instituição, que criou um ritmo próprio na esfera pública, explica Sergio Tufik, presidente da AFIP.
“Em 2008, quando geria o Centro de Análises Clínicas, o estado de São Paulo realizou um estudo mostrando que o custo de cada exame era de cerca de R$ 17,00. Diante disso, a decisão foi terceirizar pelo valor da tabela SUS, que era de cerca de R$ 6,00. Em 2010, quando aceitamos o desafio de realizar os exames, começamos a atender o Estado a esse custo, com mais qualidade e velocidade. A AFIP conseguiu contornar as particularidades da área pública e hoje atendemos 22% da parte de análises clínicas da rede pública do estado de São Paulo, e 6,4% da produção no Brasil, com muita eficiência, como comprovam os dados do levantamento.”
Os números acima da média também são resultado dos investimentos contínuos da AFIP na capacitação de seus gestores e na organização de seus institutos, afirma Tufik. “A AFIP conseguiu atingir essas taxas devido a sua organização. Para chegarmos a esse ponto, investimos fortemente na capacitação de nossos gestores com o que há de mais atual em administração. Ou somos muito eficientes ou morremos, já que a filantropia não visa ao lucro, mas à qualidade”, diz o presidente.
Só no estado de São Paulo, a AFIP é responsável por 52,3% dos exames imunogenéticos para identificação de doador de órgãos, 72% dos exames imunogenéticos para identificação de receptor de órgãos e 90% do atendimento da atenção domiciliar para os casos de distrofias musculares (ELA - esclerose lateral amiotrófica). Além disso, a associação está presente em 9 estados, mais de 30 cidades, oferecendo mais de 3 mil exames aos usuários e ainda é a responsável pelo Instituto do Sono, uma referência mundial nas pesquisas e atendimento de distúrbios do sono.