O Rio Grande do Sul enfrenta a maior enchente já registrada em sua história. Mais de 1,3 milhão de pessoas foram afetadas em 388 municípios da região, segundo balanço da Defesa Civil. Existem 400 mil pontos sem energia e 500 mil sem água no estado.
Assim como toda a população, a cadeia de saúde da região sofre perdas e restrições. Ainda não há um levantamento oficial dos danos e prejuízos, pois operações de resgate não terminaram. As enchentes atingiram 110 hospitais, deixando 17 sem atendimento e 75 com atendimento parcial.
Situação dos hospitais
O Hospital Moinhos de Vento, que está abrigando funcionários, e o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, por exemplo, suspenderam procedimentos e exames eletivos, o atendimento está sendo feito somente a pacientes de alta complexidade. Já o Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre, e o municipal de Canoas, foram evacuados e permanecem fechados, devido à inundação.
A logística ainda é um grande desafio, receber oxigênio e mantimentos envolve muitas dificuldades, devido aos bloqueios nas estradas. Distribuição de água é feita apenas por caminhão-pipa.
A Fehosul, federação que reúne os estabelecimentos de saúde do Rio Grande do Sul, outras organizações e representantes do setor da saúde, solicitaram, ao Ministério da Saúde, financiamento urgente correspondente a seis meses de receita total para os hospitais no Rio Grande do Sul que operam sob o SUS — o valor exato ainda está em discussão.
Escassez de mão de obra
A baixa de trabalhadores atingidos pelas enchentes também é um assunto que vem preocupando os hospitais da região. A maior rede pública do Sul do país, o Grupo Hospitalar Conceição (GHC) abrirá mais de 270 vagas emergenciais temporárias para enfermeiros, que atuarão em quatro hospitais e 12 postos de saúde do grupo, na capital gaúcha.
Com essa situação se estendendo por mais dias e o estado de calamidade pública decretado, empresas do setor de saúde se uniram para prestar socorro à população atingida.
Crise emergencial
O SindHosp se uniu ao Hcor, Viveo, Master Logística da Saúde e Hospital Alemão Oswaldo Cruz, na ação ‘Missão Querência Amada’, para identificar os principais gargalos da saúde na região e arrecadar água potável, itens de higiene pessoal, fraldas e roupas íntimas. As doações podem ser entregues no HCor, HAOC, SindHosp e na Master Logística da Saúde. Saiba como contribuir!
A Federação Brasileira de Administradores Hospitalares (FBAH) também está liderando uma campanha de arrecadação de medicamentos. A entidade apurou as necessidades urgentes do Hospital Presidente Vargas (HPV), da Associação Hospitalar Vila Nova e do Hospital São Lucas da PUCRS, que incluem antibióticos, analgésicos, outros medicamentos e materiais para atendimento emergencial e preventivo de doenças. Veja onde e como doar!
Prescrição de medicamentos
O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) e o Conselho Regional de Farmácia (CRF-RS) uniram esforços para facilitar o acesso a medicamentos controlados para quem enfrenta dificuldades de deslocamento ou está em áreas isoladas.
Os Conselhos estão emitindo, de maneira on-line, receituários azul e amarelo, disponível por meio do site do Cremers. Essa medida visa auxiliar pessoas em regiões afetadas pelas enchentes, permitindo que tenham suas prescrições de forma rápida e eficiente, mesmo em meio às adversidades.
Acesso à medicamentos
A Cimed destinou R$ 1 milhão para doação de medicamentos enviados para o governo estadual. Em apoio às farmácias afetadas pelas enchentes, a empresa decidiu repor todos os produtos perdidos para cerca de mil clientes afetados e diminuiu o preço dos produtos para os consumidores.
A fim de atender à demanda da Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul, a farmacêutica se comprometeu a fornecer itens necessários do seu portifólio para os próximos 60 dias.
Bem-estar dos colaboradores
Focada no bem-estar das equipes que atuam na região, a Biolab ofereceu licença remunerada e adiantamento do décimo terceiro salário aos colaboradores. Também disponibilizou suporte médico, psicológico e jurídico para aqueles que necessitam.
Para ajudar a suprir os desafios na saúde pública gaúcha, que foi duramente impactada, a empresa doou 150 mil caixas de medicamentos essenciais, como anti-hipertensivos, antieméticos e anticoagulantes, são cerca de R$ 2 milhões nesse esforço humanitário.
Detentora da Raia e a Drogasil, RD Saúde tem 131 filiais no Rio Grande do Sul está fazendo o possível para atender à população, sem arriscar a vida dos colaboradores. Mas parte das unidades opera com estoque abaixo do ideal e algumas precisaram ser fechadas.
Atenta às necessidades do time da região, a empresa criou um fundo de emergência para os colaboradores, que também terão acesso à primeira parcela do 13º salário, ainda neste mês. Nos próximos seis meses, as equipes contarão com apoio em saúde mental e atendimentos médicos por telemedicina.
Os colaboradores da EMS terão antecipação de 100% do Programa de Participação nos Resultados e 50% do 13º salário.
Chegando a quem precisa
A RD Saúde está destinando todo dinheiro arrecadado, em maio, pelo programa Troco Solidário para a população gaúcha. A ação permite que o cliente arredonde o troco das compras, em dinheiro, em qualquer farmácia Raia ou Drogasil do país.
Para potencializar as doações, a empresa dobrará o valor, até o limite de R$ 500 mil, para cada real doado pelo cliente. O valor gerado será repassado para a Ação da Cidadania e para Comunitas.
Em parceria com a Voar, a Eurofarma gerencia a logística de envio das doações e disponibilizou medicamentos genéricos e bolsas de soro fisiológico, para hospitais do estado, por meio da Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul.
A EMS destinou uma doação de R$ 10 milhões em medicamentos para auxiliar as vítimas.
Hospitalar
Parte da renda obtida com os ingressos da Hospitalar 2024 será destinada para auxiliar as vítimas da enchente. Apoiaremos diversas iniciativas do setor, com o objetivo de ampliar a divulgação e o alcance das ações.
