Na última semana, o Hospital Albert Einstein inaugurou seu Centro de Inovação em Manaus, no Amazonas, para promover equidade em saúde por meio de pesquisas e desenvolvimento de tecnologias. O objetivo não é apenas melhorar a saúde na região Norte, mas também contribuir para um futuro mais saudável e equitativo para todos os brasileiros.
“Nosso compromisso é superar o desafio de garantir saúde de qualidade para todos. O Centro estará focado, entre outros projetos, em desenvolver soluções inovadoras que reduzam as desigualdades”, explica Sidney Klajner, presidente do Einstein.
O objetivo ampliar o acesso e elevar a qualidade dos serviços de saúde, especialmente para atender às demandas da região. Projetos de inteligência artificial, telemedicina e big data, utilizando os incentivos proporcionados pela Lei da Informática na Amazônia (8.387/1991) são o foco do espaço.
Além disso, haverá inciativas para entender os impactos das mudanças climáticas na saúde, especialmente em comunidades remotas e vulneráveis, e para fomentar o empreendedorismo em saúde, apoiando o surgimento de startups e iniciativas que impulsionem o setor.
A escolha de Manaus foi motivada pelo potencial de desenvolvimento tecnológico e pela rica biodiversidade da região, oferecendo oportunidades únicas para integrar conhecimentos da natureza com a saúde humana. Este é o quarto Centro de Inovação da instituição no país, que está expandindo sua presença para além das cidades de São Paulo e Goiânia.
Expectativas de resultados
A região Norte do Brasil enfrenta desafios significativos, como escassez de profissionais médicos e problemas socioeconômicos e geográficos, que limitam o acesso aos serviços de saúde. Um exemplo preocupante é o alto índice de mortalidade materna, evidenciado pelo Relatório Luz da Sociedade Civil da Agenda 2030, que registrou 150 mortes para cada 100 mil mulheres em 2021. Este cenário é agravado por problemas crônicos, como a qualidade insuficiente do pré-natal e a falta de infraestrutura adequada.
“O Centro em Manaus visa enfrentar esses desafios através de projetos direcionados às necessidades da população local”, ressalta Rodrigo Demarch, diretor executivo de Inovação do Einstein.
Parcerias estratégicas
Uma dessas iniciativas, apoiada pela Fundação Bill e Melinda Gates, é um projeto de telemedicina voltado para identificação precoce de casos de gravidez de risco. Por meio da inteligência artificial, o sistema auxilia os profissionais de saúde durante o atendimento, sugerindo perguntas com base nas informações fornecidas pela paciente.
Outro projeto, com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), busca criar um algoritmo de diagnóstico de leishmaniose, que pode ser utilizado offline, facilitando o diagnóstico em áreas remotas.
Para estimular a criatividade e inovação em bioinformática, o Centro lançou um programa de bolsas em parceria com o Grupo Bemol e a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), oferecendo capacitação e apoio para o desenvolvimento de ideias promissoras.
O Centro já possui uma equipe dedicada e está credenciado no Comitê das Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento na Amazônia (CAPDA), conforme previsto pela Lei da Informática da Amazônia (8.387/1991).