Todos os dias surgem novas tecnologias que apresentam caminhos alternativos para os desafios impostos pela medicina. Se até pouco tempo realidade virtual e impressão 3D eram fruto de ficção científica, hoje já é possível ter vislumbres ainda mais audaciosos do que médicos e pacientes poderão experimentar num futuro não tão distante.
Durante a MedTech, um dos quatro congressos do Hospital Innovation Show, Homero Rivas, Diretor de Cirurgias Inovadoras da Universidade de Stanford, provocou a plateia a refletir sobre os benefícios de iniciativas inovadoras e apresentou exemplos que tem beneficiado pacientes e profissionais da saúde .
“A medicina tem um modelo de negócios muito artesanal, arcaico e restrito no que diz respeito à infraestrutura. A medicina acadêmica e a preventiva oferecem alguns caminhos, mas a saúde digital se apresenta como uma clara solução”, explica Rivas.
Entre as tecnologias que estão mudando as práticas médicas, estão os chamados “wearable devices”, dispositivos tecnológicos que podem ser acoplados ao corpo para diversas finalidades. Aplicado à saúde, dispositivos em forma de relógios, pulseiras, colares, cintos e até mesmo brincos têm contribuído para medição de pressão cardíaca e temperatura do corpo, monitoramento de atividades neurais e sono, entre muitas outras finalidades. O uso de aplicativos, realidade virtual e realidade aumentada também estão entre as ferramentas que tem apoiado práticas clínicas, figurando entre as grandes tendências de inovação na saúde.
No que tange a impressão 3D, protótipos a baixo custo têm sido produzidos contribuindo, por exemplo, para a melhoria da qualidade de vida de pacientes em países pobres. Futuramente, acredita-se que cartilagens e órgãos também poderão ser reproduzidos em 3D, talvez ao mesmo tempo em que drones começarão a ajudar as pessoas em casos de primeiros socorros.
Comumente associada a práticas de consulta por vídeo com um médico à distância, a telemedicina tem sido oferecida por profissionais que investem na crescente demanda por soluções virtuais. Apreciada no meio acadêmico para uso em práticas de ensino e entre profissionais da saúde para a realização de procedimentos cirúrgicos, a telemedicina também está presente na oferta de facilidades aos pacientes, como aplicativos e plataformas.
Este é o caso da GK Sistemas, que criou uma plataforma em nuvem que permite o acesso de médicos e clínicas a exames à distância (telerradiologia) e para pacientes (resultado de exames online). E que tal consultar-se com seu psicólogo virtualmente com comodidade, facilidade de acesso, discrição e segurança? É isto que oferece a Psicolink, plataforma online que permite conectar psicólogos e pacientes.
No caso da Advance Medical, a telemedicina é praticada na oferta de avaliações independentes de diagnóstico, pareceres especializados e recomendações para tratamento aos pacientes interessados em entender melhor sua condição médica. “Ajudamos pacientes a otimizarem suas decisões por meio da oferta de orientações qualificadas. É a prática do cuidado compartilhado”, explica Caio Seixas Soares, CEO, Advance Medical.
A fisioterapeuta Patricia Lacombe também acredita na telemedicina como alternativa aos tratamentos tradicionais. “Por meio do Portal da Postura, plataforma que disponibiliza acompanhamento postural à distância, oferecemos aulas através de vídeos e orientações com comando de voz. É um modelo de fisioterapia que gera autonomia”, conclui Patricia.
*Elaine Martins, especial para o Saúde Business