A operadora de planos de saúde Amil teve prejuízo de R$ 226 milhões no terceiro trimestre deste ano, ante um lucro líquido de R$ 37,4 milhões no mesmo período do ano passado.
A receita líquida da companhia, que foi comprada pela americana UnitedHealth, teve alta de 14,7% ante um ano antes, para R$ 2,63 bilhões.
Em um relatório de administração de apenas uma página, a Amil diz que os resultados do terceiro trimestre "foram significativamente impactados por ajustes não-caixa e não-recorrentes relacionados a mudanças de estimativa nas provisões para contingências de natureza cível, substancialmente relacionadas ao ressarcimento ao SUS [Sistema Único de Saúde]."
Entre o fim de junho e o fim de setembro, o saldo de provisões para contingências da Amil subiu de R$ 200 milhões para R$ 381 milhões.
Embora a empresa não diga, esse tipo de ajuste em provisões deve ter sido feita no âmbito do processo de venda do controle da companhia para a UnitedHealth.
O número de beneficiários da operadora de planos de saúde Amil avançou 5,9% no terceiro trimestre, na comparação anual, para 6.033. Destes, 53,7% são clientes de planos corporativos, 18,2% de individuais e 28,1% de planos dentais.
A companhia encerrou o terceiro trimestre com um caixa consolidado de R$ 1,17 bilhão, dos quais R$ 664 milhões foram destinados a provisões obrigatórias. O caixa total recuou na comparação com dezembro do ano passado, por conta do aumento dos investimentos na rede própria, além do pagamento de parcelas de aquisições já realizadas, informou a companhia.
De acordo com a Amil, a dívida bruta também diminuiu no trimestre, se comparada com o fim de 2011, devido à liquidação da segunda emissão de debêntures, de R$ 150 milhões.
Amil, no dia 26 de outubro, informou que seu controle acionário foi transferido da JPL, do empresário Edson Bueno, à UnitedHealth. A fatia de 58,9% da EPL foi vendida à empresa americana por R$ 6,498 bilhões. Na semana passada, a Amil recebeu a informação de que foi a vencedora na licitação feita em Portugal para a venda de cinco hospitais da Caixa Geral de Depósitos. O plano é usar a marca Amil em Portugal.
Fonte: 16/11/2012, Valor Econômico, Fernando Torres e Tatiane Bortolozi