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Como o médico Fabio Bueno Netto, da 24x7 Cultural, quer revolucionar a leitura com a campanha Pague quanto Quiser ?!

Empresa que opera máquinas de venda de livros experimenta política de preços em que o consumidor escolhe quanto desembolsa pelo produto

Na época, eu trabalhava na empresa Páginas Amarelas. Surgiu então um projeto dentro de uma das companhias do grupo, a editora Exped, que tinha por objetivo vender livros bons e baratos. Empolguei-me com a possibilidade de participar.

Expor, comercializar e distribuir eram os principais empecilhos da operação, baseada em produção de livros em grande escala com baixo custo unitário. Passei muito tempo quebrando a cabeça para tentar resolver a questão da viabilidade econômica do projeto.

Um canal de distribuição de livros a preços baixos e com alto valor de uso. Obras significativas e de qualidade, mas dentro das possibilidades financeiras de  qualquer cidadão. Essa idéia simples foi o ponto de partida, há mais de 7 anos, para a criação da “máquina de livro”, cujas unidades atualmente comercializam entre 12 mil e 15 mil obras por mês nos metrôs de São Paulo e Rio de Janeiro.

Em 2000, dei a largada para o planejamento, pesquisa, desenvolvimento e implantação da empresa que viria a se chamar 24X7 (24 horas por dia, 7 dias por semana). Dois anos e meio depois, viagens mundo afora, pesquisa, desenvolvimento e muitos “nãos”, a primeira máquina automática de venda de livros começou a funcionar na estação São Joaquim do Metrô de São Paulo, um grande parceiro. Era março de 2003.

Mesmo tendo planejado e preparado bastante a implantação, quando liguei a primeira máquina na tomada, às 22h da noite de estréia, é claro, não funcionou como previsto. Passei a noite toda fazendo ajustes e gambiarras. Em torno das 6h do dia seguinte, meu Frankenstein abriu os olhos. Por fora era bonitinha, mas por dentro tinha todos os tipos de fita adesiva. Depois da noite insone, fiquei plantado ao lado da máquina, tal qual um adolescente empolgado e prestativo numa feira de ciências, todo orgulhoso em mostrar seu produto. O sucesso maior foi provocar a curiosidade das pessoas. Formou-se uma fila para olhar a máquina, todos me davam  parabéns. Mas ninguém comprava um livro sequer. Eu estava acordado há mais de 36 horas, após noites de muita excitação e pouco sono. Foram mais de dois anos de planejamento, e muito dinheiro investido. “Será possível que errei tanto na percepção?”, pensei.

“Será que o brasileiro de fato não lê, como diz o senso comum, ainda que o livro seja bom e custe apenas R$ 3?”

E assim a agonia foi aumentando. Mesmo quase gritando de desespero e tristeza, permaneci sorrindo e explicando como funcionava. Estava a ponto de dar algum dinheiro para que alguém comprasse um livro, nem que fosse só para minha satisfação pessoal. Finalmente, lá pelas 17h30, fim de expediente de várias empresas da região, foi vendido o primeiro livro. Alguns poucos exemplares se seguiram. Parecia até que eu tinha tomado um bom banho, feito a barba e saboreado uma bela refeição. Naquela noite dormi o sono dos anjos, feliz comigo mesmo por ter dado o primeiro passo para uma grande mudança nos padrões culturais de São Paulo, e a seguir do Brasil. De certa forma, continuo com este entusiasmo – mas sem a carga de ansiedade do primeiro dia. No início, o livro mais vendido foi um dicionário de matemática. Eu quase me beliscava para acreditar que isso era verdade.

Hoje, grandes pensadores como Nietzsche, Maquiavel, Platão, Diderot e Sun Tzu estão no topo da lista dos mais vendidos, junto com livros de oratória, manuais de informática e outros de utilidade prática. A maioria custando até R$

Fonte: PublishNews

EmpreenderSaúde teve o prazer de conversar com  Fábio Bueno Netto sobre esta iniciativa:

Por que vc resolveu tomar esta iniciativa? 

A gente tem medo de fazer algumas perguntas porque tem medo das respostas.

A última dessas foi em uma palestra que fiz naÚSP com auditório cheio: Quem de vocês comprou livros de leitura obrigatória para o vestibular nas máquinas da 24X7?

Mais de 65% levantou a mão de imediato e eu fiquei engasgado e com os olhos mareados por alguns minutos.

Tomei por diversos motivos:

-Um deles é avaliar o que se paga expontaneamente por um livro.

- O outro é para ver se as pessoas acabam comprando mais.

Esta atitude põe em risco o negocio da empresa? 

Não. Se não vender nada, não perdi nada.

Se vender muito, vai depender do quanto as pessoas vão pagar. E se começar a dar prjuízo, para a campanha.

Como garantir que pessoas nao paguem o minimo para revender os livros? 

Para poder fazer uma campanha dessa natureza, fomos obrigados a suprimir o troco, senão não há troco que chegue.

Dessa forma estaremos aceitando somente cédulas, entregando um livro por compra, independentemente do valor pago.

Conheça a história do Empreendedor Fábio Bueno Netto:

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