Na manhã da quinta-feira (7), o Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Graacc) inaugurou o segundo prédio do Instituto de Oncologia Pediátrica (IOP), na zona sul da capital paulista. Chamado de anexo 1, o hospital recebeu investimentos de R$ 36 milhões e aumentará em até 30% o número de atendimentos. O evento de inauguração teve a presença do prefeito de São Paulo Fernando Haddad, médicos e executivos do mercado, deputados e o corpo diretivo da instituição, além do ator Reynaldo Gianecchini, embaixador da entidade.
A ampliação ajudará a instituição desafogar seus atendimentos, que hoje correspondem a 90% dos pacientes advindos do Sistema Único de Saúde (SUS) e 10% de operadoras/seguradoras de saúde, sendo 40% do total vindos de fora do Estado de São Paulo. Durante a inauguração, o superintendente e fundador do Graacc, Sérgio Petrilli, enfatizou a importância de investimentos para a cura de uma doença tão difícil quanto câncer. Segundo ele, enquanto nos países desenvolvidos o câncer infantil chega a 80% de chances de cura, nos países subdesenvolvidos, este índice ainda transita entre 30 e 40%. ?Mas nós [no Graacc] estamos conseguindo chegar em 70% de chances de cura?, afirmou.
O novo centro terá pronto atendimento, área de reabilitação lúdica, laboratórios de pesquisa genética, biológica, cirúrgica, patológica e clínica. O prédio também traz um novo centro cirúrgico e expande o Centro de Transplante de Medula Óssea e o número de leitos.
Uma das grandes novidades do prédio é o centro radioterápico pediátrico, com Radioterapia de Intensidade Modulada. O espaço permitirá aos pacientes que o tratamento seja feito no próprio Graacc, antes o procedimento era realizado no Hospital Albert Einstein, por meio de uma parceria. Para a aquisição do equipamento foram captados e investidos cerca de R$ 5 milhões (grande parte dos recursos foi obtido por meio de leis de incentivo). Além do espaço de radioterapia, o hospital terá uma sala no centro cirúrgico dedicada especialmente às cirurgias de tumores cerebrais, com aparelho de ressonância magnética que rastreia os vestígios do tumor para sua retirada, no momento em que o procedimento é realizada.
Recursos
O novo prédio tem oito andares e teve seu terreno de 4.191 metros quadrados doado pela prefeitura de São Paulo. A ampliação do Graacc também se deve a continuidade da parceria técnico-cientifica com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a doações de recursos de centenas de pessoas e empresas. Entre essas empresas, a parceria entre Droga Raia e a editora Mol - por meio da venda da Revista Sorria - foi responsável por cerca de R$ 9 milhões aplicados ao novo prédio. Também está em fase de planejamento o anexo 2 do hospital, que tem investimentos calculados em R$ 60 milhões e que totalizará cerca de R$ 100 milhões aplicados à expansão.
O Graacc foi criado em 1991 com o conceito de hospital-dia. Em 1998, a instituição fundou o Instituto de Oncologia Pediátrica- IOP, que é administrado em parceria com a Unifesp até hoje. Atualmente o Graacc atende mais de 3 mil crianças por ano e faz mais de 25 mil consultas, 1, 5 mil cirurgias, 59 transplantes de medula e 1, 4 mil sessões de quimioterapia. Com o orçamento anual de R$ 62 milhões, a entidade atende cerca de 360 novos casos por ano.
O hospital conta com cerca de 400 voluntários na entidade, além de outros 3 mil que atuam em eventos pontuais e na arrecadação de recursos. Petrilli é o fundador e idealizador da instituição, que contou com os voluntários Jacinto Antonio Guidolin e Lea Della Casa Mingione para os seus primeiros passos.