O FDA, ou o Food and Drug Administration, é o órgão que fiscaliza produtos alimentícios e farmacêuticos, bem como as empresas que os produzem. A agência tem como objetivo controlar o marketing na saúde, promoções e rotulagem de itens, para que o consumidor tenha a garantia de que está comprando produtos de fabricantes que não fazem falsas promessas.
Para que essas preocupações de marketing na saúde sejam atendidas, o FDA apresentou, essa semana, o Guia de Mídias Sociais em saúde, que se direciona tanto para a indústria farmacêutica, quanto para os fabricantes de dispositivos médicos. O guia tem como objetivo criar uma regulamentação que melhore a comunicação em redes sociais entre empresas e consumidores, para que nenhuma das partes seja lesada e que o marketing na saúde seja claro e preciso.
No Brasil, o órgão que regulamenta a indústria farmacêutica, tal como o marketing na saúde, é a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A Anvisa possui um guia de legislação de propagandas de medicamentos, que contém todas as regras a serem seguidas pelas empresas. Porém, a agência ainda não lançou nenhum tipo de roteiro relacionado às redes sociais. Nós, brasileiros, podemos aprender e adaptar alguns pontos das regras da FDA, para um marketing de saúde mais eficiente para o cliente, mesmo com as limitações de caracteres de algumas redes sociais. São eles:
Cada tweet deve conter os benefícios e os riscos
No Brasil, o Art. 94, parágrafo VII da regulamentação da Anvisa diz que todos os produtos e o marketing na saúde devem conter ''as precauções, os cuidados especiais, e os esclarecimentos sobre o risco decorrente de seu manuseio, quando for o caso''.
No guia da FDA, a regra é que sempre que uma companhia enviar um tweet sobre os benefícios de um medicamento, seus principais (ou mais sérios) riscos devem ser também apontados no mesmo post.
''Para um medicamento prescrito para um ser humano, os riscos mais sérios, em geral, incluem todos os conceitos de risco de um alerta na caixa, todos os riscos que podem ser fatais ou que arriscam a vida, e todas as contraindicações da rotulagem do produto aprovada'', diz o comunicado do FDA, sobre o que deve conter em cada tweet da empresa.
Cada tweet deve ser completo e preciso
Todo tweet de indústrias farmacêuticas devem ser claros sobre a indicação primária do medicamento, sendo vetado o uso de abreviações que podem confundir o entendimento do usuário. O nome do medicamento deve ser enviado juntamente com sua composição, para que o consumidor possa procurar outros laboratórios que vendem a droga, se preferir.
Cada tweet deve incluir um link para uma lista mais compreensível de riscos e efeitos colaterais
O FDA recomenda que o marketing na saúde, se feito por mídias sociais, venha acompanhado de um link externo que mostre mais claramente os efeitos colaterais e riscos que o paciente assume ao utilizar determinada droga. O órgão também pede para que a URL seja clara, como ''produto.com/riscos''.
Se não cabe, não tweete
O grande problema do marketing na saúde no Twitter é seu limitado número de caracteres permitidos. O FDA pede para que a companhia repense se cada post pode ou deve ser feito pela rede social, e se ela permite que a empresa anuncie os benefícios da droga, além de seus riscos e efeitos.
As empresas não têm de corrigir informações erradas sobre si mesmos na internet, mas eles podem
Se a informação incorreta está em um site fora do controle da companhia, o FDA não obriga que a empresa veja e corrija os erros dos outros. Porém, se ela quiser, a correção será feita em padrões determinados.
Os erros, mesmo que cometidos por sites que não tenham ligações com a empresa, podem fazer com que a empresa seja desacreditada. A escolha de vigiá-los e modificá-los precisa partir diretamente da companhia citada.
As empresas devem corrigir o bom juntamente com o mau
Todas as correções que citam a empresa e seus produtos precisa corrigir todas as informações incorretas, sejam elas boas ou ruins. Ou seja, se um blog, por exemplo, exagera no efeito positivo de uma medicação, ou aponta riscos inexistentes da droga, a companhia deve pedir pela correção de todos os dados.
Correções devem ser limitadas
As correções devem ser feitas somente em caso de informações incorretas, e não podem ser feitas com natureza promocional. O órgão recomenda também que a correção inclua um link para a página oficial da FDA, e que o site postado se identifique claramente como afiliado à companhia.
Mantenha registros de interações corretivas
As empresas não serão responsabilizadas por um site que ignora seus pedidos de correção. Porém, o FDA pede que as empresas tenham os registros das ações, caso o órgão tenha interesse no futuro, as companhias possam responder seus questionamentos com maior facilidade.