Todo mundo já parou para ler sobre os passos da Apple, Google e Amazon no setor de saúde.
Mas e o Facebook?
Com alguma frequência esse questionamento é feito por quem curte o assunto.
De fato, o Facebook não realizou até aqui nenhum movimento tão aberto como por exemplo a Apple, com suas clínicas AC Wellness, ou o Google / Alphabet, com seus investimentos crescentes na Oscar Health (para ficarmos apenas nesses dois exemplos).
No ano passado uma pequena especulação surgiu nos blogues especializados quando executivos da rede social foram vistos visitando hospitais nos EUA. Mas o estrondo causado pelo vazamento de dados da empresa aparentemente suspendeu qualquer iniciativa que pudesse trazer à tona alguma polêmica sobre uso de dados de pacientes.
O fato é que para Marck Zuckerberg a área de saúde não desperta menos interesse que nas demais gigantes tech.
Para ser mais preciso, o interesse de Zuck é enorme em Biothec!
Apenas nos últimos dois anos, ele investiu US$ 5 Bi na aceleradora que mantém com sua esposa, Chan.
É ela quem toca o dia a dia enquanto o marido se concentra em guiar o Facebook através das atuais tempestades de humor do mercado.
Mas nem isso impede que ele compareça às reuniões mensais e deep dives ocasionais junto a empreendedores / cientistas. Há uma semana Marck anunciou que no começo do ano de 2019 irá vender ações suas no Facebook para realizar um aporte de US$ 12 Bi na sua aceleradora (isso mesmo...US$ 12 Bi!).
À primeira vista pode parecer que o empreendedor está diversificando seus investimentos para um dos setores mais aquecidos do Vale (apenas para que se tenha uma ideia, no último batch da Y Combinator cerca de 1/3 das startups eram biotechs).
Mas, apesar de alguns não acreditarem muito nisso, o fato é que trata-se de filantropia. O próprio pioneiro no assunto, Bill Gates, já declarou que conhece o projeto e que o propósito da CZBiohub (Chan Zuckerberg Biohub) é esse mesmo.
Haja boa vontade?
Não é bem assim...
O que Marck deseja realmente com sua iniciativa é nada menos do que impactar a saúde da humanidade pelos próximos 100 anos! Como? Prevenindo, curando e gerenciando virtualmente todas as doenças existentes, mas especialmente câncer, doenças cardíacas, derrame, doenças neurodegenerativas e infecciosas.
Claro, ninguém pode acusa-lo de ser modesto. Mas ele explica que não pretende fazer tudo sozinho. Sua ideia e ajudar os cientistas e projetos já em andamento através de novas ferramentas e muito investimento.
Para isso ele reuniu em seu projeto acadêmicos das três principais universidades da região onde vive (Berkeley, Stanford e San Francisco) e já está trabalhando em alguns projetos revolucionários, como o mapeamento total de todas as células do corpo humano.
Hoje sua empresa conta com mais de 200 colaboradores, sendo que boa parte não são médicos, mas tecnólogos vindos de empresas como o próprio Facebook.
Talvez Marck tenha realmente cometido falhas graves na condução de temas sensíveis como privacidade de dados dos usuários.
Mas nenhum empresário de tecnologia esteja pessoalmente tão comprometido com a busca por soluções para o problema da saúde global como o fundador do Facebook.
Não é pouco coisa.