Na última semana, Romaine Seguin, Presidente UPS Americas Region esteve presente no Brasil para um encontro com diretores da Supply Chain do setor de saúde.
Atualmente, o segmento de saúde é prioridade para o negócio da UPS, que vem investido em centros de operação e inteligência de mercado para atender o setor em nosso país. Trata-se de um segmento complexo, que necessita de expertise em segurança tanto para a prevenção de roubo de cargas quanto para a segurança sanitária, de acordo com as normas da Anvisa.
Conversamos com Romaine sobre os desafios e oportunidades do negócio no setor de saúde, implementação de tecnologias, serialização, infraestrutura e performance no setor.
Romaine é responsável por todas as operações de pacotes e cargas da UPS no Canadá e em mais de 50 países e territórios da América Latina e Caribe.
A UPS Americas Region tem um grande portfólio, e a sua cadeia de produtos é complexa. Sobre o ponto de vista estratégico, Romaine afirma que no mercado de saúde, os clientes costumam demonstrar necessidades muito específicas, estimulando a empresa a oferecer um leque maior de opções para melhor atendê-los. Por essa razão, é essencial apostar em parcerias para atender com maior assertividade e cobertura.
Questionamos Romaine sobre o que o setor de saúde pode extrair de aprendizado a partir de outros setores. Ela nos explica que hoje o setor de saúde é muito diversificado, pois conta com patentes e regulamentações complexas do Governo que passam por mudanças continuamente. Para ela, o Brasil é um dos países mais difíceis, uma vez que o processo e as leis dependem de interpretação, e exemplificou que conseguir as licenças dos produtos e os alvarás para cada fronteira é muito complicado, pois eles apresentam diferentes processos que precisam ser corretamente compreendidos.
O maior gargalo apontado por Romaine é a dificuldade de ultrapassar e organizar essa burocracia, por isso ela aponta que o mercado de saúde precisa se unir e brigar por uma simplificação, por um processo mais direto, algo que já está sendo realizado por parte de outros setores. Sugere ainda, como saída a simplificação e padronização dos documentos.
E ela também, comenta sobre a importância do papel da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para atender a complexidade e necessidades de todo esse processo que compreende: o combate às fraudes, falsificação, possibilitando o gerenciamento de toda a cadeia de produção e distribuição de medicamentos.
Recentemente, a Anvisa firmou um convênio com a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) para desenvolver um projeto-piloto de rastreabilidade de medicamentos. O modelo está sendo elaborado com base na Lei 13.410 de 2016, sancionada nos últimos dias de 2016, e tem como finalidade substituir a norma anterior de criação de um sistema, o Sistema Nacional de Controle de Medicamentos que vigorava em nosso país desde 2009.
Romaine reitera de maneira positiva a importância de investimentos em infraestrutura:
“Seria ótimo para o Brasil contar com um pouco mais de infraestrutura, traria não só empresas como a nossa, mas muitas outras”.
Sobre a Lei da Serialização, referente a rastreabilidade de medicamentos, Romaine aponta que é algo que precisa ser realizado. De acordo com Romaine, o objetivo é que tudo esteja implementado até 2021.
Todo esse processo de adequação para os requisitos propostos na lei gera custos e, por essa razão, se faz necessário o investimento em novas tecnologias, algo que já está acontecendo em todas as áreas, declara Romaine.
No viés da tecnologia, Romaine contou o case do uso de drones com objetivo humanitário. Para ela, a tecnologia ainda é temida, pois muitas pessoas ainda têm receio de que, quando se utiliza uma máquina, empregos são sacrificados. Por essa razão, o uso com foco humanitário se torna uma alternativa para a quebra do estigma e a comprovação de funcionamento.
“ Acredito que a tecnologia vai deixar as pessoas mais próximas de curas mais rápidas”, diz Romaine.
De acordo com Romaine, vamos utilizar a tecnologia para tornar o cuidado cada vez menos hospitalocêntrico, ou seja, cuidar cada vez mais de pessoas em casa.