O infográfico dessa semana nos oferece uma visão abrangente sobre a utilização de recursos digitais por pacientes antes e após a realização de uma consulta. Achei especialmente interessante essa maneira de apresentar o assunto porque ajuda a desmistificar a idéia de que a tecnologias de uso pessoal seriam um potencial e arriscado substituto do profissional de saúde. Na verdade são partes complementares do seu tratamento médico.
Já no primeiro bloco uma constatação de algo que faz parte da vida da maioria de todos os pacientes. Antes de agendar uma consulta, 86% das pessoas realizam uma busca para entender seus sintomas e que especialista devem procurar. O sistema de saúde, com suas longas filas de espera, pode comemorar esse fato, pois ele ajuda a coordenar a demanda de forma espontânea, evitando redundâncias e a realização de consultas desnecessárias.
Vale notar que metade dos pacientes que realizaram suas pesquisas online agendou um consulta e, como já falado aqui na coluna, os médicos confirmam a informação encontrada na rede na grande maioria dos casos.
Uma outra constatação relevante é de que as mídias sociais estão sendo utilizadas por 1/3 desses pacientes na busca de um diagnóstico e que 41% deles escolhe seus provedores de saúde de acordo com o que “escutou” nesses canais.
Dentro desse contexto digital, como era de se esperar, nada menos que 82% dos pacientes americanos entre 18-34 anos de idade afirmam que uma consulta através de um tablet ou smartphone seria uma excelente alternativa assistencial, sendo que para 52% deles essa consulta também poderia utilizar recursos de vídeo conferência. Um mercado e tanto para empresas como MDLive e HealthTap.
No que diz respeito à pós-consulta a abertura para o uso de recursos digitais não diminui, pelo contrário: mais da metade dos pacientes realiza uma busca na internet para entender melhor o medicamento que foi prescrito por seu médico.
Nessa mesma direção temos que 88% dos médicos gostariam de poder monitorar alguns sinais vitais de seus pacientes após a realização da consulta, o que também vai de encontro ao desejo dos pacientes. Preste atenção para o fato de que os portais tem um papel muito útil para o preenchimento dessa necessidade: 7 em cada 10 pessoas acreditam que esse seja um canal muito conveniente para esse fim, sendo que 1 em cada 3 pacientes afirma já ter utilizado um portal de paciente para se comunicar com seu médico.
Talvez esteja nesse período entre as consultas uma das melhores oportunidades para o mercado de wearable devices. Como já mostramos aqui recentemente os médicos vêem com bons olhos os dados produzidos por esses equipamentos a fim de monitorar o estado de saúde de seus pacientes. Se levarmos em consideração que mais da metade das pessoas pretende adquirir um wearable para monitorar sua saúde no futuro, teremos uma idéia do tamanho dessa oportunidade.
Outro segmento que também promete colaborar para que esse monitoramento dos médicos aconteça é o de aplicativos de saúde: quase 250 milhões de americanos tem um app desse tipo em seu smartphone.
Para que essa tendência cresça e se consolide é necessário que os requisitos de segurança também atendam às preocupações do pacientes. Entre 30% e 39% dos apps de saúde atualmente enviam informações para terceiros não informados pelo desenvolvedor. Não por acaso essa é a maior preocupação dos usuários entrevistados por uma recente pesquisa realizada pela HIMSS.
Finalmente temos que para os provedores esse é também um grande motivo de preocupação, o que mostra que tanto pacientes quanto médicos estão buscando as mesmas soluções e pretendem solucionar os mesmos problemas. Um sinal de que o caminho para a mudança está claro para todos. A evolução é irreversível.