O Congresso de Atenção Domiciliar e Cuidados de Transição recebeu, no último dia da Hospitalar 2023, a coordenadora da área no Ministério da Saúde, Mariana Borges. Desde 2011, o Melhor em Casa leva a atenção domiciliar aos quatro cantos do Brasil via SUS. Com mais de 12 mil profissionais distribuídos em equipes multidiscilinares, o programa atua em quase mil municípios nos 26 estados do país.
Ao longo de 12 anos, o Melhor em Casa acumula resultados expressivos. Em 2021, por exemplo, foram em média 313 mil atendimentos por mês. “O principal objetivo do programa é trabalhar em prol da desospitalização, seja antes do paciente ser internado, quando está à espera de um leito ou em condições de continuar o tratamento em casa”, explica Borges.
A qualquer hora
Equipes do programa trabalham sábado, domingo, feriado e são capacitadas para promover cuidados paliativos, complexos e/ ou em situação de agudização. “Atualmente existem cerca de 60 mil leitos disponíveis por mês, porque há a possibilidade de atenção no domicilio”, pontua.
Para Borges, é muito importante o Ministério da Saúde e o programa Melhor em Casa estarem presentes em um evento do porte da Hospitalar, quando a atenção em domicílio é cada vez mais considerada. “É uma oportunidade para aprender, trocar e discutir com o setor privado prioridades, desafios e soluções para o segmento”, afirma.
Superar para evoluir
Sobre as principais dificuldades que o programa enfrenta, a gestora destaca a diversidade predominante no país. Cada região tem uma realidade, o que também interfere no modo como a legislação é compreendida e operacionalizada. Existem municípios e gestores que fazem muito além do que está descrito na lei. No entanto, em outras regiões, há muitas confusões na interpretação da norma. “Muitas vezes, sobrepõem o papel do Melhor em Casa ao que a equipe da Saúde da Família já faz, ou seja, monitorar o paciente crônico”, explica.
Outro gargalo é o sistema de informação, que nem sempre é bem preenchido. A gestora conta que recebe dados com atraso, devido a normativas e fluxos internos. “Além disso, o monitoramento das equipes é dificil, mas ainda assim o serviço tem crescido muito. Dobrou de tamanho nos últimos quatro anos”, ressalta.
O que vem por aí?
Borges aponta que é necessário ter mais empenho para promover cuidados paliativos, inclusive a política nacional de cuidados paliativos está sendo desenvolvida. Também há esforços para reduzir as filas do SUS. “Pensamos em dar foco maior para equipes que possam fazer redução de filas com pré e pós-operatório mediado, por exemplo. A gestora diz que muitos assuntos estão em dicussão para ampliar cada vez mais o acesso da população à saúde, além de aumentar a qualidade dos serviços.