A última estimativa do Ministério da Saúde, divulgada no final de 2013, prevê que o Brasil terá 580 mil novos casos de câncer esse ano. Em ordem de incidência, estão: pele (182 mil), próstata (69 mil), mama (57 mil), cólon e reto (33 mil), pulmão (27 mil) e estômago (20 mil). A tecnologia tem avançado na esperança da diminuição desses números e da facilidade do diagnóstico e tratamento da doença.
Nos últimos anos, os avanços nas técnicas de sequenciamento e análise de genoma humano têm sido responsáveis por grandes mudanças na descoberta de mutações genéticas responsáveis por alguns tipos de câncer, como mama e leucemia linfoblástica aguda. Esses avanços estão servindo como base para a criação de novos tratamentos e remédios, com alvos mais específicos, além de ajudar na prevenção e diagnóstico.
Novos exames, parecidos com um teste de bafômetro, têm mostrado alto índice de eficiência no diagnóstico precoce da doença. O câncer de pulmão pode ser detectado, por amostras de respiração, observando as partículas liberadas pelo paciente. O teste, criado pela empresa americana Metabolomx, mostrou uma precisão de 80% no diagnóstico, 90% na distinção do tipo de câncer e 79% no apontamento da fase da doença. O exame para o câncer de estômago, por sua vez, detecta perfis químicos no hálito do paciente, apresentando 90% de acerto nos testes clínicos.
As Smart Pills são mudanças também importantes para o tratamento do câncer. A iPill, criada pela Philips Research, por exemplo, pode ser usada como terapia para o câncer de cólon ou de estômago. Desenvolvida para passar normalmente pelo trato digestivo, a pílula tem medidores de pH e de tempo de deslocamento, sendo capaz de liberar o medicamento no local correto, sem comprometer outros tecidos. A cápsula ainda envia dados para uma unidade receptora externa, dando mais controle ao médico. A tecnologia serve também de auxílio para o diagnóstico do câncer sem necessidade de sedação do paciente ou de exames desconfortáveis.
A radioterapia 3D é outra forma de ter precisão no cuidado com a doença. O tratamento, que já está sendo usado em Goiânia, usa um exame de tomografia para que o tumor seja bem encontrado, fazendo com que os raios atinjam somente o local exato, diminuindo o desgaste que a radioterapia costuma ter para o paciente. A precisão pode ser alcançada também com o HIFU, High Intensity Focused Ultrassound, usado para o tratamento do câncer de próstata com ajuda de energia ultrassônica, sendo capaz de concentrar feixes de ultrassom somente na região do paciente em que estão localizadas as células doentes.
A nanotecnologia na medicina tem trazido esperança para os médicos e pacientes. A equipe do Instituto de Ciências Fotônicas de Castelldefels (Barcelona), anunciou o criação de um nano-chip que pode diagnosticar o câncer em fase precoce. A tecnologia é capaz de encontrar vestígios de proteínas cancerígenas em questão de minutos. Os nanorobôs de Harvard, feitos de DNA, também são avanços pertinentes. Eles são capazes de transportar uma carga precisa e mortal para células cancerosas, reconhecendo-as e destruindo-as com uma carga de anticorpos.
A última novidade, anunciada no mês passado, é um aplicativo para iPhone que promete detectar o câncer de pele. O DermoScreen alcançou uma taxa de acerto de 85% no diagnóstico da doença. O programa funciona com o auxílio de lentes dermoscópicas acopladas ao smartphone, que são comercializadas por 500 dólares.