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Rastreabilidade de medicamentos, a luta continua!

Recentemente, o jornal Folha de São Paulo, publicou matéria sobre a RDC 54, da ANVISA (11/12/2013), que prevê a implantação do sistema nacional de controle de medicamentos e os mecanismos e procedimentos para rastreamento de medicamentos na cadeia dos produtos farmacêuticos sujeitos a registro pela entidade, incluindo amostras grátis. Na matéria “Sistema para rastrear medicamentos pode atrasar uma década”, a jornalista lembra que a meta da ANVISA era que as empresas apresentassem um piloto do sistema, até dezembro deste ano, e que o sistema todo começasse a operar até o final de 2016. Mas ressalta que o jornal teve acesso a uma minuta de projeto que propõe aumentar esse prazo por até dez anos. A Anvisa diz que a prorrogação é uma demanda do setor farmacêutico e que precisa ser discutida no âmbito do Legislativo, pois será necessário alterar a lei federal vigente.

Desde sua publicação, a RDC 54 tem dividido o setor farmacêutico. Porém, é preciso ir além do debate sobre os custos para a implementação. É necessário pensar na finalidade dos medicamentos, que é garantir melhor qualidade de vida e saúde para os consumidores/pacientes.

Pensar fora da caixinha pode abrir um universo de benefícios já comprovado pela rastreabilidade de insumos e medicamentos, que já é realidade em muitas operações logísticas hospitalares.

No Brasil, estima-se que cerca de 1.000 medicamentos passam por recall todos os anos no Brasil, tornando indispensável a gestão logística e o rigoroso controle de lotes, data de validade e até mesmo dos pacientes que fizeram uso de um determinado produto, a fim de garantir a identificação de pessoas que foram expostas a insumos inadequados.

Além de ajudar a evitar danos à saúde dos pacientes, a rastreabilidade também tem sido grande aliada da saúde financeira das instituições, já que o rígido controle de compra e armazenamento previne a perda média de 30% de desperdícios dos estoques. A logística também auxilia na diminuição do índice de obsolescência que hoje chega a 20%, e pode levar a perdas de até 15% da margem financeira de uma Instituição.

Com base em todas as explanações já realizadas acerca do tema, é preciso repensar o atraso desse projeto, partindo da premissa de que os custos devam ser vistos como investimentos, que serão revertidos em benefícios posteriores muito maiores para toda a cadeia envolvida.