Com base no documento do World Cancer Report 2014, da International Agency of Research on Cancer (Iarc), da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que nos países em desenvolvimento, como o Brasil, as próximas décadas revelem um impacto gigantesco do câncer sobre a população, correspondendo a 80% dos mais de 20 milhões de novos casos estimados para 2015*.
Entramos no mês do Novembro Azul, dedicado à conscientização a respeito do câncer de próstata, que atinge homens predominantemente na terceira idade, e que ainda enfrenta diversos tabus culturais que retardam a procura por consultas médicas e exames preventivos.
Com toda grande campanha de alerta sobre a necessidade de cuidados especiais com a saúde, aproveito para abordar um bastidor muito importante neste processo e que compete a minha área, que é a logística dos medicamentos oncológicos.
Extremamente sensíveis e “tóxicos” eles requerem atenção especial, desde o momento da aquisição pelas instituições até a aplicação ao paciente (transporte, armazenamento, manipulação, dispensação e administração).
Além de locais dedicados, com acesso restrito quando armazenados, os agentes antineoplásicos devem considerar o uso de capelas de fluxo laminar, com total proteção e higienização em área especial e isolada, manuseado por profissionais habilitados.
A rastreabilidade desses medicamentos é outro ponto de extrema importância, já que consegue identificar o produto, lote, validade e cruzar com a administração ao paciente, gerando mais segurança e reduzindo os erros de administração, além de facilitar o processo de possível recall. Esse levantamento minucioso é o que permite a adoção de medidas corretivas em caráter de urgência.
Essas informações são importantes para entendermos que a soma de todos os processos realizados de forma correta, dos cuidados com os medicamentos aos cuidados com o paciente, são fundamentais para o sucesso da proposta das campanhas e seus atendimentos, em todos os níveis.
Domingos Fonseca, presidente da UniHealth Logística Hospitalar
*fonte INCA – Instituto Nacional de Câncer