Quase duas mil sessões de reabilitação destinadas a pacientes, que enfrentaram a COVID-19: essa é a marca alcançada pelo Hospital Samaritano Paulista, nos últimos oito meses. A unidade, referência em reabilitação para sequelas leves, moderadas e graves da doença, investiu em um Programa de Reabilitação Continuada com suporte presencial e online. As sequelas da doença já atingem 1,4 milhão de brasileiros, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e, conforme as estimativas, uma em cada dez pessoas desenvolvem alguma síndrome no pós-COVID em todo o mundo.
Com um total de 210 pacientes em acompanhamento pela reabilitação cardiopulmonar, o Samaritano Paulista atua com uma equipe multidisciplinar, que leva em consideração todas as fases da COVID-19 e o tempo de segurança para atendimento presencial, para que não haja risco de outras contaminações durante o tratamento. “Trata-se de um serviço que tem alcançado ótimos resultados. Segundo monitoramento telefônico 3 meses após a alta hospitalar, quanto a sensação de Percepção de Recuperação Funcional, 57% dos pacientes referem recuperação total e 43% referem recuperação parcial dos sintomas apresentados. Esses, com recuperação parcial, são extremamente beneficiados pelo programa de reabilitação. Outro benefício é que o paciente que foi tratado na unidade, pode fazer a reabilitação no mesmo local em que está registrada toda a evolução clínica em seu prontuário eletrônico”, afirma Valter Furlan, diretor da instituição.
Os responsáveis pelo programa, Patrícia Vianna, Enéas Rocco e Luana Ferreira, respectivamente, fisiatra, cardiologista e fisioterapeuta, destacam que a grande vantagem da iniciativa está relacionada ao fato de os pacientes iniciarem a reabilitação precocemente. Com a alta hospitalar mais precoce, há uma resposta mais otimizada ao tratamento. As complicações e graus de comprometimentos motor e funcional decorrentes da COVID variam muito e podem causar desde à imobilidade até fraquezas musculares, bem como algumas dificuldades respiratórias.
“Neste cenário, a reabilitação pode evitar complicações e, principalmente, novas internações. Permite que a equipe olhe para o paciente como um todo e não somente para a doença, além de conseguir detectar quais os impactos que as sequelas causam na vida e rotina da pessoa”, destaca Patrícia Vianna.
Ao longo dos últimos 10 meses de funcionamento do programa, iniciado em junho do ano passado, foram criados protocolos específicos para o tratamento da síndrome pós-COVID, tanto para as sequelas físicas quanto para as psicológicas. “Diagnósticos de infarto, arritmia, depressão, perda de memória, falta de ar, diarreia crônica, dificuldade de raciocínio, fadiga e dores intensas, além de perda de cabelo e distúrbios de pele, fazem parte da lista de problemas que a COVID-19 pode causar”, observa Enéas Rocco.
Uma equipe formada por fisioterapeutas, terapeuta ocupacional, educador físico, fonoaudiólogo, enfermeira, psicóloga e coach, oferece a continuidade de tratamento e integração para o paciente das linhas de cuidados hospitalares no pós-alta, com suporte técnico especializado para a fase de reabilitação, acompanhando a evolução e todas as fases da doença. O período de tratamento de pacientes graves pode durar até três meses.
Na reabilitação online do hospital, os vídeos das sessões de fisioterapia ou outras especialidades são ao vivo. “Dessa forma, os profissionais conseguem acompanhar os movimentos dos pacientes, identificar possíveis falhas e, prontamente, fazer as correções”, afirma Patricia Vianna.
Com o uso de um aplicativo, já na primeira sessão são identificadas as limitações do paciente. Na sequência, é iniciado o tratamento personalizado para cada paciente. Já a sessão presencial é oferecida apenas para pacientes com quadros mais graves nas áreas de neurologia e cardiologia. “Ao analisarmos o perfil epidemiológico e funcional dos pacientes, podemos destacar três sintomas em comum deste grupo: fadiga (37%), perda de peso (50%) e a presença de, pelo menos, um sintoma emocional (50%). Nesta última categoria, ansiedade (25,8%), angústia (21,3%) e depressão (16%) são as manifestações mais comuns”, finaliza a especialista.
Estrutura de ponta para reabilitação
O Samaritano Paulista é um dos hospitais mais bem estruturados para o atendimento de pacientes que necessitam de reabilitação. Segue as recomendações de atendimento sugeridas pelas sociedades médicas relacionadas no que diz respeito às diretrizes e indicadores assistenciais. Para a realização das atividades, os pacientes têm à disposição um espaço com 1600 m², dividido em um ambulatório de especialidades e reabilitação, dois ginásios e duas piscinas. Contam com equipamentos modernos e de alta tecnologia para treinar a força muscular como o Power Breathe, que possibilita análises técnicas e progressão do treino de força muscular inspiratória; a esteira Biodex, para treino de marcha com possibilidade de suspensão parcial de peso; e o Sara Plus, equipamento híbrido que pode ser utilizado para fins de trocas posturais, treino de ortostatismo (permanecer de pé) e prática de marcha.