A terapia com células CAR-T (Chimeric Antigen Receptor T-Cell Therapy), que já é realidade em mais de 30 países, chega ao país, dando esperança aos pacientes brasileiros. É um avanço da medicina para tratar, de forma mais eficaz e assertiva, doenças que até então tinham opções limitadas de tratamento, proporcionando mais qualidade e tempo de vida ao paciente.
Com mais de 6.900 pacientes beneficiados mundialmente com o tratamento, o procedimento passa a ser realizado pelo Instituto Pasquini, no Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), em Curitiba. É o primeiro hospital do Sul do Brasil a realizar a terapia com células CAR-T em paciente adulto com linfoma.
A terapia com células CAR-T é um medicamento preparado com as células de defesa (linfócitos T) do próprio organismo do paciente. São extraídas e enviadas para um centro de fabricação nos EUA, onde serão modificadas geneticamente em laboratório, para que possam combater o câncer. As células modificadas são devolvidas ao paciente, por meio de uma infusão parecida com uma transfusão de sangue,.
"Com certeza, a experiência do Dr. Pasquini e de todo nosso grupo com transplante de medula óssea favoreceu a homologação do HNSG como Centro de Terapia Celular. E isso é motivo de muito orgulho para todos nós, oferecer um tratamento inovador e revolucionário como esse para os pacientes da saúde suplementar de toda região Sul", diz Dr. Samir Kanaan Nabhan, hematologista da equipe, treinado no Memorial Sloan Kettering em Nova York em 2022 para trazer essa inovação para o HNSG, e que está a frente do programa de terapia celular na instituição.
Para a realização desse procedimento, é necessário que os hospitais sejam especializados em Transplantes de Medula Óssea (TMO), com estrutura médica, multidisciplinar, estrutural e tecnológica adequada. No HNSG, o Instituto Pasquini é coordenado pelo Dr. Ricardo Pasquini, pioneiro no Brasil e na América Latina na realização deste tipo de transplante.
O primeiro produto disponível no Brasil está indicado para pacientes com os seguintes diagnósticos:
- Leucemia linfoblástica aguda - até 25 anos;
- Linfoma difuso de grandes células B – adultos;
- Doença recaída ou refratária.
A medicação é produzida pela Novartis por meio de engenharia genética com a célula do próprio paciente, aprovada pela Anvisa em 2022. A realização da terapia no país é um marco histórico. “É a concretização de uma solução que a ciência vem buscando há décadas para estes pacientes que enfrentam doenças tão devastadoras, com base em pesquisas científicas, estudos clínicos e cumprimento de todos os requisitos regulatórios para registro no Brasil”, ressalta Lenio Alvarenga, diretor médico de Innovative Medicines da Novartis Brasil.