Pela primeira vez nos últimos 10 anos, a receita líquida dos 22 maiores hospitais particulares do Brasil caiu, acumulando uma baixa de 1,8% no último ano, segundo dados da Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp). Um dos principais fatores é aumento de 8,3% nas despesas e as mais de 450 mil pessoas que ficaram sem seus planos de saúde ao perderem seus empregos em 2015. Por outro lado, os hospitais públicos também sofrem com o aumento das despesas e a falta de recursos para as necessidades gerais, incluindo o abastecimento de medicamentos e insumos médicos.
Todos sabem que gerenciar recursos é de extrema importância em todos os cenários, mas nos de crise, é questão de vida ou morte. E sob este aspecto, chamo a atenção para um ponto que pode somar no planejamento estratégico dos recursos das instituições: o uso racional dos seus espaços físicos, que valem dinheiro, que podem fazer dinheiro ou ainda podem gerar economia de dinheiro.
Em minha experiência pessoal de mais de 30 anos com logística hospitalar, posso afirmar que vejo com frequência hospitais não aproveitarem de forma adequada seus espaços, e como um operador logístico de qualidade pensa cubicamente, ou seja, não olhando apenas para frente e lados, mas também para cima, para o alto, esse pensamento faz toda diferença, já que espaço em hospital pode significar leito, áreas de procedimento, geração de receita.
Exemplificando sobre a área de logística de suprimentos de medicamentos e insumos médicos, também costumo dizer que estoque em excesso nos hospitais significa dinheiro e oportunidade jogados fora, com sérios riscos de perdas também sobre produtos vencidos.
Desta maneira, em pleno século 21 e diante das dificuldades apresentadas no sistema hospitalar, é difícil pensar em uma gestão que não contemple a máxima utilização de seus recursos de infraestrutura e suprimentos, com a perfeita customização de demanda e locação inteligente de seu estoque.
Domingos Fonseca, Presidente da UniHealth Logística Hospitalar