“Não há razões clínicas que justifiquem taxas tão altas de cesáreas no País. Por isso estamos estudando as razões e buscando alternativas que ajudem a mudar esse cenário”, explicou a diretora-presidente substituta da ANS, Martha Oliveira, durante encontro entre hospitais e operadoras de planos de saúde no dia 25 de fevereiro, no Rio de Janeiro.
Iniciativa faz parte de uma parceria entre a ANS, o Hospital Israelita Albert Einstein e o Institute for Healthcare Improvement (IHI). Mais de 130 representantes de entidades de diversos estados estiveram no encontro e discutiram detalhes do projeto, evidenciando a relevância do tema.
De acordo com Martha, a ideia é que seja construído uma proposta conjunta para a mudança do modelo de atenção ao parto e nascimento”.
Atualmente, no Brasil, o percentual de partos cesáreos chega a 84% na saúde suplementar. A cesariana, quando não tem indicação médica, ocasiona riscos desnecessários à saúde da mulher e do bebê: aumenta em 120 vezes a probabilidade de problemas respiratórios para o recém-nascido e triplica o risco de morte da mãe. Cerca de 25% dos óbitos neonatais e 16% dos óbitos infantis no Brasil estão relacionados à prematuridade.
Detalhes do projeto
O projeto-piloto será desenvolvido por 20 hospitais que tiverem interesse em aderir à iniciativa e serão trabalhados três modelos distintos de atendimento à parturiente: o parto realizado por uma equipe de plantonistas, por enfermeiras obstetras e por uma equipe de médicos que se reveza no atendimento à grávida durante o pré-natal.
O hospital que participar poderá escolher, entre esses modelos, aquele que melhor se adapta à sua realidade e também propor outras estratégias a serem testadas. No escopo do projeto também devem ser discutidas questões como o treinamento dos profissionais e formas de financiamento do procedimento.
O diretor-executivo e coordenador regional do IHI na América Latina e Europa, Pedro Delgado, considera a iniciativa um grande desafio e oportunidade de melhor experiência para mulheres e recém-nascidos a custos menores.
Uma das principais contribuições do Hospital Israelita Albert Einstein será no treinamento e a capacitação dos profissionais envolvidos.
Prazo
Os hospitais e operadoras têm até o dia 11 de março para manifestar interesse em aderir ao projeto. A partir do dia 20, a ANS divulgará os candidatos que farão parte da inciativa e, sem seguida, será dado início ao desenvolvimento do trabalho.
Passo a passo para adesão ao projeto
Para formalizar interesse em participar do projeto, os hospitais devem seguir os seguintes passos:
1 - Encaminhar à ANS, até 11 de março, a proposta de adesão ao projeto piloto. Os modelos dos documentos a serem encaminhados e o endereço eletrônico para o envio estarão disponíveis em breve no portal da ANS.
2 - Aguardar a análise da ANS, que reunirá o conjunto de informações sobre hospitais proponentes e fará a seleção final em conjunto com o Hospital Israelita Albert Einstein e o IHI, comunicando o resultado aos candidatos por e-mail e ofício até 24 de março de 2015;
3 - Aderir formalmente ao projeto, mediante assinatura de contrato como hospital voluntário, em data a ser definida e comunicada por e-mail e ofício aos hospitais selecionados.