Seja na área da Saúde, na área governamental, nas construtoras, na merenda e no transporte escolar, enfim, exemplos não faltam. Infelizmente. Isso mostra que, mais do que uma simples palavra ou um conceito, Compliance é uma construção coletiva.
Não adianta termos leis e decretos anticorrupção, exigências dos estados para que as empresas tenham sistema implementados de Compliance para que possam participar de licitações e quaisquer outros mecanismos inibitórios, se as pessoas não estiverem, de fato, envolvidas no processo.
Um político poderá defender a ética e o fiel cumprimento da lei, em cadeia nacional, e fazer uma negociata na sala ao lado, assim como um presidente de uma empresa privada poderá fazer um belíssimo discurso para toda a sua equipe e propor a negociata para o político que aguarda por ela na sala ao lado.
Enfim, Compliance é um ato de construção social, uma melhoria da sociedade através de observância das leis, normas e regulamentos. Sabe aquele velho ditado “gentileza gera gentileza”? Pois é, o comprometimento com o Compliance, através do exemplo, é contaminante. E gera mais atos de Compliance. Compliance gera Compliance. E assim vamos formando uma espiral positiva que deve nos tirar dessa situação rasa em que vivemos hoje. Entretanto, para que possamos construir uma sociedade melhor, com melhores leis, normas e regulamentos que possam beneficiar a todos, devemos se agentes pró ativos nessa construção.
Ficar sentado sem fazer nada de errado, mas não lutar pelo certo e pelas melhorias, não é participar, é se acomodar. Se temos que cobrar do Congresso Nacional, Ministério Saúde, da ANVISA e da ANS melhores leis, normas e regulamentos que promovam um ambiente de desenvolvimento e atendimento pleno, antes, temos que cobrar de nós mesmos e daqueles que nos cercam, uma atitude que nos leve, de forma organizada e responsável, a dias melhores. A partir daí, poderemos falar de Compliance, não como um conceito distante em algum artigo ou lei ou norma, mas sim como algo incorporado numa sociedade que visa a construção do coletivo. Afinal, Compliance não é um ato de fé, mas sim de atitude.