É muito comum, ao falar sobre manutenção preventiva em equipamentos hospitalares, considerar apenas os benefícios em termos de custos para o hospital que detém o equipamento, ou para a empresa que o fornece. No entanto, não se pode perder de vista que a grande vantagem nesse tipo de serviço reside na diminuição de riscos para os pacientes.
Existe uma ampla variedade de equipamentos médicos e hospitalares. Alguns de grande complexidade em tecnologia e processos internos, outros muito mais simples. Há, contudo, um fator em que todos os tipos de máquinas e acessórios são idênticos: quando eles apresentam falhas, defeitos ou são manuseados de forma incorreta ou inconsistente com os protocolos aceitos, o risco de causarem danos aos pacientes aumentam exponencialmente. Mesmo quando não causam danos diretos, eles podem levar os profissionais médicos a interpretarem situações erroneamente, ou a chegarem a diagnósticos incorretos.
Não existem dados consistentes no Brasil sobre erros médicos, mas estima-se, com certa lógica, que a porcentagem de mortes por este motivo seja superior ao que acontece nos Estados Unidos. Lá, de 45 a 100 mil pessoas morrem por ano vítimas de erros médicos que poderiam ser prevenidos. Um prejuízo que chega a até US$ 30 bilhões anuais. Quantas dessas mortes se devem a equipamentos defeituosos ou a equipes mal treinadas?
A resposta é incerta, mas com base na nossa longa experiência com manutenção preventiva, é seguro dizer que máquinas de suporte essencial à vida – como ventiladores pulmonares, por exemplo – que passam por revisões periódicas são 95% mais precisas e seguras. Quando essa manutenção é aliada a treinamentos adequados e recorrentes para os profissionais que manuseiam os equipamentos, a chance de erros de utilização é também bastante reduzida.
Esses dois serviços geram uma vantagem intangível e não quantificável: ajudam no bem estar dos pacientes, diminuem erros médicos e reduzem as falhas em equipamentos. Há, além disso, todas as vantagens que podem ser medidas, especialmente em termos de custos para os hospitais.
A correta manutenção preventiva aumenta a vida útil de um equipamento hospitalar em 30%. Isso significa que o hospital tem um tempo a mais antes de ser obrigado a substituí-lo. Vale lembrar que os equipamentos mais modernos podem ser atualizados por muitos anos. No entanto, a ausência de revisões regulares pode prejudicar essa longevidade.
Nossa expertise de mais de três décadas tem mostrado que a melhor forma de assegurar esse serviço de manutenção preventiva é por meio da locação dos equipamentos. Ao comprar uma bomba de infusão de medicamentos, por exemplo, um hospital é obrigado a desembolsar um valor inicial alto e, posteriormente, gastar quantias variadas em assistência técnica, treinamentos e manutenção. Com a locação, o valor do investimento inicial é muito mais baixo. O custo do equipamento é diluído no ano e a grande vantagem é que o objeto locado conta com todo o suporte necessário, sem custos adicionais. Dessa forma, a tendência é que os instrumentos, quando alugados, durem por mais tempo, e em melhores condições.
Portanto, a manutenção regular de equipamentos médicos deve ser encarada não somente como uma forma inteligente de engenharia clínica e um caminho para reduzir gastos futuros. Além de tudo, é uma segurança adicional de vital importância para reduzir erros médicos de qualquer natureza e garantir o máximo de bem-estar aos pacientes.
*Ronaldo Lopes é gerente e responsável técnico do Grupo Equipamed, um dos principais fornecedores de equipamentos médicos e hospitalares do Brasil