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Saúde na empresa: altos gastos e prioridade baixa

Artigo demonstra que as despesas na área são tão gerenciáveis como em qualquer outro negócio, com a análise correta dos dados

Há um ano, o lançamento do HeathCare.gov introduziu, solenemente, a mais significativa tentativa dos EUA de reparar o sistema de saúde, expandir o acesso e controlar os gastos. Um relatório recente do Centro de Serviços de Medicare e Medicaid (CMS) sugere que esses esforços tenham sido parcialmente bem-sucedidos, notando que os gastos com serviços de saúde cresceram para apenas 3.6% em 2013, nos Estados Unidos.

No entanto, esse número amplo e nacional deixa de fora uma parte essencial da história. Para as grandes empresas privadas – as que oferecem cobertura de saúde para metade dos americanos – os gastos continuam crescendo. Coberturas premium continuam crescendo e indivíduos e empresas, da mesma forma, estão arcando com contas altas.

Infelizmente, muitos líderes de negócios e responsáveis por politicas continuam acreditando no mito que, assim como impostos e a morte, os crescentes custos dos serviços de saúde são um fato inevitável da vida. São diversas as desculpas para esse fenômeno: o envelhecimento da população, os caros aparelhos médicos, o alto preço dos remédios prescritos, caros processos por caros advogados. Mas, são dois os principais problemas em aceitar essa concepção acriticamente.

Primeiro, criou-se uma situação em que serviços saúde foram parar nos cincos principais gastos dos negócios, mas não é uma das cinco áreas prioritárias para empresas. Em qual outra área do negócio um CFO aceitaria a ideia de que uma das maiores despesas anuais da empresa está além do seu controle?

Segundo, o conceito é completamente falso. As empresas americanas gastam US$ 620 bilhões em saúde, anualmente, e, desse gasto, mais de 30% é jogado fora. Serviços de saúde desnecessários, exames de laboratório mais caros que o habitual e escolha de fornecedores com os preços mais altos, que não entregam melhores cuidados. Os gastos desnecessários se acumulam de todos os lados.

Felizmente, existe uma solução, e é algo que as empresas americanas já usam todos os dias: dados. Ao mesmo tempo em que os gastos com saúde aumentam, as empresas têm aprendido a aplicar análise de dados em praticamente todas as áreas de operação. De envios e logística a atendimento ao cliente e vendas, os dados estão direcionando a maioria das decisões centrais dos negócios, todos os dias – e plataformas de tecnologia corporativas como a Salesforce, Workday e Zendesk facilitam o gerenciamento eficiente desses dados.

Ainda assim, serviços de saúde são gerenciados por meio de faxes, formulários escritos à mão e websites isolados. A informação flui na mesma direção do dinheiro: para fora. Como resultado, embora muitos dados sobre os gastos com saúde sejam gerados todos os dias, as empresas não têm insight sobre onde estão gastando.

Essa assimetria de informações levou a um mercado sem méritos, em que os fornecedores – médicos, hospitais e laboratórios – podem cobrar o preço que quiserem sem se preocupar com a qualidade ou com a concorrência, enquanto aqueles que pagam a conta – empresas e funcionários – não têm a chance de comparar preços e encontrar os melhores valores.
Nossa equipe na Castlight analisou os números, e o resultado é exatamente o que era esperado nessa situação. Veja um procedimento em uma cidade, por exemplo. Em Chicago, o custo de uma tomografia computadorizada da cabeça e cérebro fica entre US$ 323 e US$ 1.817, sem considerar qualidade ou resultados.

Em nenhuma outra área do negócio nós toleraríamos essa situação. A boa notícia é que isso está começando a mudar. Hoje, pela primeira vez, as empresas finalmente têm a habilidade de assumir o controle sobre seus gastos com saúde – e parar de jogar fora 30% deles todos os anos. Usando o poder da análise de dados e da nuvem, as empresas podem compreender e controlar os gastos com sistemas de saúde enquanto aprimoram resultados para funcionários.

Recursos humanos e gerentes de benefícios podem ver onde estão os direcionadores de gastos, identificar oportunidades de economia e reduzir gastos para todos os envolvidos.
Assumir o controle desses dados também possibilitará iniciar engajamento com funcionários como consumidores ativos ao oferecer transparência e as informações que eles precisam para optar pelo melhor serviço de saúde para eles e seus familiares. Quando um funcionário pode ver, facilmente, quais médicos oferecem os melhores tratamentos pelos preços mais baixos, eles têm maior probabilidade de receber os cuidados que precisam – economizando, no final das contas – e escolher os fornecedores com valor mais alto.

Ao mesmo tempo, ao oferecer as ferramentas e o incentivo aos funcionários para que acessem outros benefícios com a mesma facilidade – como programas de bem-estar, serviços de telessaúde, clínicas locais e contas de economia em saúde – empregadores podem aumentar a participação em programas que já estão pagando, aprimorando a saúde da força de trabalho e maximizando o valor dos gastos da empresa com serviços de saúde.

Essencialmente, os gastos com serviços de saúde são um problema como qualquer outro, e esse problema pode ser solucionado com informações suficientes e as ferramentas certas. É uma coisa boa, também, porque, para as empresas americanas, isso não é apenas uma questão acadêmica; é uma questão fundamental de competição e sobrevivência. Em pesquisa nesse ano, a maioria dos líderes de negócios disse que, se pudessem reduzir o custo com saúde, eles investiriam a economia no salário dos funcionários, inovação e tecnologia.

Isso não é só bom pra os negócios; é bom para o país, já que mais dólares podem ser investidos (em vez de desperdiçados), fazendo com que a economia cresça e mantendo as pessoas saudáveis.

Fonte: InformationWeek EUA | Giovanni M. Colella