“O que os pacientes não querem é a medicina que valoriza o complexo (“rocket Science”, termo em inglês), o que é lamentável para nós, pois é justamente o que sabemos fazer. Somos ótimos em valorizar o complexo. Amamos valorizar o complexo. Não somos bons nas coisas mais simples e básicas, as ignoramos”. A fala acima resume o motivo que despertou Angélica Thieriot a fazer diferente, ou melhor, a cuidar diferente.
Depois de vivenciar na pele como era ser tratada como se fosse um número dentro de um hospital nos EUA, Angélica fundou a organização Planetree em 1978. Desde então sua metodologia vem sendo espalhada e servindo de inspiração para quem já se convenceu de que colocar o paciente no centro faz toda a diferença quando o propósito é a cura e a melhora da saúde.
Podemos dizer que o grande objetivo do Planetree é criar uma atmosfera alegre, leve, gentil, confortável e acolhedora. A instituição colhe muitas experiências de sucesso com relação aos impactos na saúde dos pacientes por causa de uma atmosfera como essa – oposta a muitos hospitais, que engendram medo nos pacientes, a começar pela frieza arquitetônica.
Mas justamente é essa atmosfera – que não exige muita complexidade - que, muitas vezes, é difícil de ser alcançada. Dez premissas norteiam o trabalho do Planetree ao redor do mundo. No Brasil, o Hospital Israelita Albert Einstein foi pioneiro em adotar o conceito.
01. Interação humana: priorizam o diálogo com os pacientes, para saberem exatamente como eles estão se sentindo e o que precisam.
02. Desenho Arquitetônico que conduz à saúde e a cura: cultivam ambientes agradáveis, que inspiram e despertam a vida.
03. Aspectos Nutricionais e Alimentares: preparam a alimentação de acordo com as preferenciais dos pacientes.
04. Autonomia aos pacientes através da informação e da educação: os pacientes são bem informados, podendo até ler seu prontuário eletrônico juntamente com o médico, e até fazer registros em seu prontuário.
05.As Famílias, os Amigos e o Apoio Social: existem hospitais com cozinhas residenciais, localizadas nas unidades dos pacientes, para seus familiares. Visitas ilimitadas por familiares são permitidas.
06. Espiritualidade: entende que a espiritualidade, o estado interno do paciente, é de extrema importância para a cura.
07. O Toque Humano: é sabido que o toque humano, o carinho, a gentileza, são importantíssimo para despertar alegria nas pessoas. Os profissionais sabem disso na hora de tratar os pacientes.
08. Arte da Cura, Alimento da Alma: programas de artes, oficinas e trabalhos manuais, visitas de animais (cães), palhaços, artistas em geral interferem no clima da organização.
09. Terapias Complementares, expandindo as escolhas dos pacientes: aromaterapia, acupuntura, massoterpaia, entre outros.
10. Comunidades saudáveis: envolver a comunidade no entorno no cuidado dos pacientes, com trabalhos voluntários por exemplo.
11. Os pacientes e os profissionais de saúde: são montados grupos de trabalho para ouvir os pacientes.
Melhor do que um texto, um vídeo para demonstrar o quanto a humanização tem força: