Como medida emergencial para combater a crise financeira pela qual passa a Universidade de São Paulo (USP), maior instituição de ensino superior do estado, foi aprovado na terça-feira (26) pelo Conselho Universitário a transferência da gestão do Centrinho, como é conhecido o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais de Bauru, para a Secretaria Estadual de Saúde. A mudança é uma das propostas do atual reitor, Marco Antônio Zago, para reduzir os custos administrativos da instituição, que está com 106% do orçamento comprometido com o pagamento da folha salarial.
Uma comissão vai acompanhar a transferência do Centrinho para a secretaria, mas as conversas sobre o processo ainda não começaram. A previsão é de que a instituição seja administrada por uma nova autarquia subordinada à Secretaria de Saúde. Segundo a superintendente do Centrinho, Regina Amantini, ouvida pelo portal do Jornal da Cidade de Bauru, a gestão administrativa da autarquia deve continuar sendo de responsabilidade da USP, mas os custos serão cobertos pelo governo paulista. O Centrinho, fundado há 47 anos, é considerado referência internacional para o tratamento de anomalias craniofaciais.
Para a administradora, a mudança deve estar condicionada à manutenção dos atendimentos do hospital nas áreas de fissura labiopalatal e deficiência auditiva, pelos quais a entidade é reconhecida, além de permitir agregar novos serviços correlatos e aumentar a contratação de pessoal. Hoje o quadro da entidade é considerado deficitário, explicou. O número de atendimentos e procedimentos realizados pelo Centrinho caiu desde o ano passado.
A discussão sobre uma transferência semelhante do Hospital Universitário (HU), na capital paulista, para a administração estadual, foi adiada por 30 dias após protestos de várias instancias dentro da USP. Um protesto com cerca de 800 servidores e alunos marcou o período da reunião. Durante esta semana também houveram manifestações pedindo um estudo detalhado da medida, o que foi atendido pelo órgão consultivo.
Ao jornal O Estado de S. Paulo, Zago disse que a mudança não trará prejuízo para os cerca de 2,4 mil alunos que desempenham atividades curriculares no HU, e deu a aprovação como certa. Já para os manifestantes, incluindo membros do Sindicato dos Médicos de São Paulo, a transferência traz riscos para as atividades do hospital.
* com informações do Jornal da Cidade de Bauru e dO Estado de S. Paulo