A saúde privada não vai bem das pernas já faz algum tempo. O envelhecimento da população, o desemprego, a redução de beneficiários e o mau uso do sistema agravam cada dia mais a situação. Recentemente, a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) divulgou dados alarmantes sobre a saúde suplementar, referentes a 2016.
Segundo o estudo, 460 mil postos de trabalho foram fechados entre janeiro e maio de 2016, mais de 910 mil pessoas perderam seus planos de saúde no primeiro semestre do ano e estima-se que, até o fim de 2016 mais 215 mil clientes também perderão o acesso, causando uma redução de 1,1 milhão de favorecidos no ano. O levantamento também aponta que o número de segurados de planos médico-hospitalares caiu 3,2% na modalidade de contratação individual, 3,4% no coletivo empresarial e 2,5% no coletivo por adesão.
A perda do plano de saúde por milhões de cidadãos não é o único agravante, mas também a elevada utilização dos serviços de saúde. De acordo com especialistas, o ponto mais importante para amenizar o problema é o incentivo à cultura de prevenção e o autogerenciamento das condições clínicas dos pacientes. “As pessoas estão acostumadas a cuidar da doença, mas o que precisamos mesmo é cuidar da prevenção. O paciente precisa estar informado e engajado no cuidado com a sua saúde”, ressalta a Dra. Cátia Motta, responsável técnica da AxisMed, empresa pioneira no Brasil em Gestão de Saúde Populacional, que atua há 14 anos auxiliando empresas a conhecerem suas necessidades e a estruturarem soluções específicas para gestão integrada de saúde.
A dilapidação dos recursos provoca um vasto desequilíbrio nas contas. O problema da superlotação hospitalar, com prontos-socorros tornando-se um depósito de problemas não resolvidos; o uso indiscriminado e incorreto da rede de prestadores; e a duplicidade ou indicação de exames desnecessários, precisam ser solucionados com modelos de gestão de saúde eficazes. “Além disso, o sistema suplementar tende a sucumbir, uma vez que está baseado no mutualismo – pelo qual os mais jovens contribuem com valores maiores dos que efetivamente consumiriam, para cobrir os gastos dos idosos”, reitera Cátia Motta.