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Após contágio de ebola, Espanha coloca 30 pessoas sob vigilância

Auxiliar de enfermagem que integrou equipe que cuidou de vítimas espanholas levadas ao país teve contagio confirmado. Risco da doença chegar ao Brasil é de 5%

O governo espanhol informou que cerca de 30 pessoas estão atualmente sob vigilância no país, após a confirmação do contágio de ebola pela auxiliar de enfermagem que integrou a equipe que cuidou das de vítimas espanholas – dois missionários transferidos da África com o vírus e que morreram na Espanha. A auxiliar de enfermagem espanhola contaminada com o ebola em Madrid, o primeiro caso fora da África, está desde a madrugada de terça-feira (7) isolada no Hospital Carlos III, onde contraiu o vírus. Fontes médicas confirmaram que ela se mantém estável e com febre.


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Quatro pessoas, incluindo a auxiliar de enfermagem contagiada pelo vírus, estão atualmente isoladas e sob vigilância epidemiológica restrita no Hospital Carlos III em Madrid: o marido da auxiliar – cujo exame deu resultado negativo num primeiro teste para a doença e não apresenta nenhum sintoma –, uma enfermeira e um paciente de nacionalidade nigeriana, ambos com sintomas.

A Comissão Europeia pediu explicações a Madrid sobre o que falhou para que a auxiliar fosse contaminada. Segundo adiantou o porta-voz da Comissão Europeia para a Saúde, Frédéric Vincent, Bruxelas “enviou uma mensagem ao Ministério da Saúde espanhol para obter esclarecimentos” sobre a falha no sistema de prevenção.

“É evidente que houve um problema”, salientou Vincent, ao acrescentar que a propagação do ebola na Europa “continua a ser altamente improvável”. Os governos nacionais aplicaram medidas preventivas – coordenadas por Bruxelas – para prevenir a entrada do vírus em território europeu, registando-se a primeira brecha na Espanha. Quarta-feira (8), a reunião semanal do Comitê de Segurança Sanitária será dedicada ao caso espanhol, esperando a Comissão Europeia já ter, então, informação detalhada de Madrid.

O diretor do Hospital Carlos III, Rafael Perez Santamaria, admitiu que o caso causou “surpresa” e que a instituição mantém as investigações para determinar as circunstâncias do contágio. “É uma questão que nos apanhou de surpresa. Procuramos rever todos os protocolos estabelecidos, melhorar em tudo e sobretudo para evitar que alguém que teve contato desenvolva a doença.”

“Queremos evitar alarde. Estamos colaborando com a saúde pública, informando aos profissionais, à população e aos contatos sobre todo o processo. [Estamos] trabalhando para o melhor tratamento dessa paciente e para evitar a propagação da doença”, disse.

O coordenador da Unidade de Doenças Infecciosas, José Ramón Arribas, explicou que a paciente está sendo tratada com soro hiperimune de um doador anônimo, que foi contagiado pela doença e tem anticorpos, e com um antiviral experimental, testado em animais pequenos.

O responsável insistiu na mensagem de tranquilidade à população, recordando que em saúde não se pode falar em porcentagens, “porque não há um risco nem de 0% nem de 100%”. Ele destacou que os protocolos usados são os mesmos “que se aplicam sempre que há suspeitas” de ebola.

Riscos?
Uma lista com os 30 países com maior risco de contaminação até o fim do mês de outubro pelo ebola, elaborada por pesquisadores da Northeastern University de Boston, nos Estados Unidos, colocou o Brasil na última posição. A probabilidade de a epidemia chegar ao País seria de 5%, a maior da América Latina, mas ainda assim considerada baixa.

Em um segundo cenário, no qual o tráfego aéreo internacional entre Brasil e África Ocidental caísse em 80%, a probabilidade de contaminação cai para cerca de 1%, tirando o Brasil da lista dos 30. Já a Europa é colocada entre os territórios com alto risco de contaminação, sendo que a probabilidade chega a 65% na França e 50% na Grã-Bretanha.

O estudo analisa informações de 220 países, e considera padrões de dispersão da doença e dados sobre tráfego aéreo, que facilitaria a dispersão do vírus.