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Para tornar a transformação digital possível e aproveitar o que a tecnologia pode oferecer para a gestão, os hospitais devem ser precisos na forma como coletam dados e interagem com seus sistemas de tecnologia da informação.
Confira a seguir três dicas para levar em conta na hora de implantar a transformação digital no seu hospital:
1. Colete os dados certos no formato certo.
Comece identificando os pontos mais problemáticos. Quando e onde os dados ainda são coletados e comunicados offline? O fax pode ser capturado e gravado automaticamente no sistema de prontuário médico eletrônico? As chamadas telefônicas e mensagens de texto podem ser reduzidas e substituídas por comunicações eletrônicas via no prontuário?
Ao capturar dados, certifique-se de registrar as características operacionais, não só as informações clínicas. Os carimbos de data/hora são uma fonte de dados muito útil, capazes de oferecer informações sobre as operações hospitalares. As informações de data e horário devem ser capturadas quando ocorrem eventos (por exemplo, uma cama é atribuída a um paciente, os resultados do teste ficam disponíveis ou um paciente recebe alta) e quando os recursos são solicitados (por exemplo, uma cama é solicitada, uma consulta é solicitada, um teste é solicitado). Acompanhar o último permite que os gerentes entendam a demanda subjacente por recursos, mesmo que nem todas as demandas possam ser atendidas, o que permite um melhor planejamento para o futuro.
Certifique-se de manter também um inventário preciso dos recursos que são atualizados em tempo real. Isso inclui não apenas suprimentos médicos, cirúrgicos e farmacêuticos que são encomendados regularmente, mas também camas, equipamentos de grande porte e equipe.
2. Prepare-se para escalabilidade e interoperabilidade.
Desde o início, projete o sistema de coleta de dados com escalabilidade e interoperabilidade (a capacidade de diferentes sistemas ou equipamentos de TI trocarem e usarem dados) em mente. Padronize os formatos de entrada para minimizar (ou eliminar) a necessidade de limpeza de dados e melhorar a qualidade das entradas em algoritmos.
Em última análise, ter uma arquitetura de dados de linha de base uniforme e um formato de dados padronizado facilitará implementação e replicabilidade de ferramentas algorítmicas em hospitais. Nos Estados Unidos, os Centros de Serviços Medicare e Medicaid (CMS) e muitas organizações de prestação de cuidados de saúde estão procurando adotar os padrões Fast Healthcare Interoperability Resources (FHIR).
3. Não perca de vista a interação humano-algoritmo.
Embora os algoritmos possam produzir previsões e recomendações úteis, em última análise, o tomador de decisão é o humano. Precisamos estar cientes de que pode haver certa resistência ao uso do algoritmo pelos tomadores de decisão e, por isso, buscar o desenvolvimento de algoritmos que sejam justos, simples, previnam danos e respeitem a autonomia humana – isso facilitará o processo para que o tomador de decisão possa confiar nos algoritmos. Além disso, criar algoritmos excelentes, por si só, não melhoram as operações hospitalares. A tecnologia utilizada precisa ser cuidadosamente projetada, implementada e avaliada com o usuário em mente.
Também é importante lembrar que o setor de saúde é uma indústria munida conhecimento intensivo e atualização constante. Os profissionais da área possuem uma quantidade significativa de conhecimento e experiência que os algoritmos não conseguem capturar. Substituir completamente os humanos por algoritmos pode não ser a solução, já que incorporar o julgamento e a experiência humana muitas vezes pode melhorar o desempenho dos algoritmos.
Dado o envelhecimento da população, a prevalência de condições crônicas e os avanços na medicina, tornou-se mais importante do que nunca para os hospitais operarem de forma eficiente e eficaz. No futuro, a chave para melhorar a tomada de decisões operacionais estará na capacidade de alavancar a transformação digital.
Confira a íntegra dessa publicação no link original (em inglês).